Enviado brasileiro da ONU chega a Mianmar

Paulo Sérgio Pinheiro quer investigar quantos morreram em protestos pró-democracia.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU sobre a situação de direitos humanos em Mianmar (antiga Birmânia), chegou neste domingo a Yangun, uma das principais cidades do país. Esta é primeira vez que a junta militar que governa Mianmar autoriza a visita do relator da ONU em quatro anos. A última vez que Pinheiro esteve no país foi em novembro de 2003. Paulo Sérgio Pinheiro pretende reunir-se com prisioneiros políticos e tentar descobrir, com exatidão, quantas pessoas morreram durante os protestos pró-democracia que levaram milhares às ruas em setembro. O governo afirma que dez pessoas morreram em conseqüência dos confrontos entre as tropas e os manifestantes - liderados por monges budistas -, mas diplomatas acreditam que esse número pode ter sido muito maior. Também não há estatísticas oficiais sobre o número de pessoas que foram presas durante os protestos. O relator da ONU disse que se as autoridades não cooperarem com seu trabalho, ele deixará o país imediatamente. O roteiro da visita ainda está sendo definido, mas de acordo com o correspondente da BBC na Ásia, Andrew Harding, Pinheiro precisará de acesso irrestrito aos presos políticos em Mianmar para conseguir fazer seu trabalho. Na avaliação do correspondente, o governo militar deve tentar impor restrições ao relator da ONU, mas o fato de que permitiram sua visita é um "sinal de que as presssões vindas de dentro e de fora do país começam a surtir efeito entre os generais". A visita do brasileiro ocorre dias depois da passagem pelo país do enviado especial das Nações Unidas a Mianmar, Ibrahim Gambari, que encontrou-se com ministros e a líder de oposição Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliar. As manifestações em Mianmar começaram quando o governo anunciou o aumento do preço dos combustíveis, mas logo ganharam dimensão política. O governo inicialmente permitiu os protestos, mas após alguns dias reagiu com violência e reprimiu as manifestações. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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