Equipe olímpica inglesa usa molusco para prever doenças

Extrato de animal marinho brilha em contato com radicais livres.

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Por Da BBC Brasil
Atualização:

A equipe olímpica de vela da Grã-Bretanha está usando o extrato retirado de um molusco marinho que poderia ajudar a prever infecções e doenças. Chamado de taralhão, o molusco contém uma proteína chamada folacina, que brilha ao entrar em contato com radicais livres. Esses químicos são produzidos em grande concentração pelas células brancas do corpo humano para combater as infecções. Ao retirar uma amostra de sangue dos atletas e injetar a fotoproteína, os cientistas são capazes de identificar, pela intensidade do brilho emitido através do encontro da proteína com os radicais, se há risco de infecção antes mesmo de os sintomas começarem a aparecer. Segundo os pesquisadores Jan e Robert Knight, que têm uma fazenda de criação dos moluscos na cidade litorânea de Plymouth, na costa da Inglaterra, o diagnóstico precoce das infecções pode permitir o tratamento das doenças ainda no estágio inicial. Jan Knight ressalta ainda que, no caso dos atletas, o exame pode indicar se há necessidade de descanso ou se eles estão abusando dos treinos. "Se um atleta está cansado, o exame pode ser feito para revelar se há infecção. Isso permite que antibióticos sejam receitados antes do normal, caso seja apropriado", afirmou a pesquisadora. Ela disse à BBC Brasil que os atletas olímpicos da equipe de vela vêm realizado os testes uma vez por mês há dois anos e que estão fazendo os exames todos os dias depois da chegada em Pequim. Fadiga De acordo com a cientista, o teste pode revelar, com bastante precisão, qualquer atividade anormal das células brancas dos atletas, provocada pelo excesso de treinamento. "Estamos cada vez mais confiantes sobre a precisão dos resultados dos exames", afirmou. Knight ressaltou ainda que já estão programados testes clínicos completos para avaliar a nova tecnologia, produzida pelo laboratório Knight Scientific, de propriedade do casal. O professor Benjamim Chain, especialista da University College, de Londres, afirmou que não tinha conhecimento sobre os exames, mas que se trata de uma forma "lógica" de investigar os níveis de radicais livres. "Essa seria uma forma muito útil de medir a atividade das células brancas", disse. "As células, em resposta à infecção, liberam uma 'dinamite oxidante' de radicais livres com o objetivo de matar qualquer coisa em uma determinada área, até elas mesmas", afirmou. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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