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Ericsson e STMicro fecham joint venture e demitirão 1,6 mil

Por LEILA ABBOUD E NIKLAS POLLARD
Atualização:

A STMicroelectronics e a Ericsson vão fechar sua deficitária joint venture de chips para aparelhos móveis, dividindo entre elas parte do negócio e encerrando as demais operações, com o corte de cerca de 1,6 mil funcionários. O anúncio põe fim a meses de especulação sobre o futuro da ST-Ericsson, que está sofrendo com a pesada queda nos pedidos de sua principal cliente, a Nokia, que perdeu mercado para a Apple e a Samsung Electronics nos celulares. A ST-Ericsson também enfrentava dificuldades para concorrer com os fabricantes asiáticos de chips, mais ágeis, que terceirizam a maior parte da sua produção a fim de reagir mais rápido a mudanças na demanda, e devido a tendência de que fabricantes de celulares como a Samsung produzam seus próprios chips. A Ericsson, da Suécia, que fabrica equipamento para redes de telecomunicações, e a fabricante de chips franco-italiana STMicro, procuraram um comprador para a ST-Ericsson, mas não encontraram. O banco JP Morgan assessorou as empresas quanto a opções para a ST-Ericsson, que opera no vermelho desde a sua criação em 2008. "Todos os possíveis cenários foram considerados, mas a opção anunciada hoje sempre foi uma possibilidade real", disse Carlo Bozotti, presidente-executivo da STMicro em teleconferência na segunda-feira. Ele acrescentou que a STMicro tinha o compromisso de continuar fabricando produtos para os clientes da ST-Ericsson enquanto estes necessitassem. Sob o plano, a Ericsson manterá cerca de 1,8 mil funcionários dos cerca de 4,450 mil que a ST-Ericsson emprega. Os postos de trabalho se localizam principalmente na Suécia, Alemanha, Índia e China. Também manterá uma linha de chips para modems 4G "multimodo", mas afirmou não saber quando essa linha começaria a produzir lucros. A STMicro manterá outras linhas de produtos da joint venture e também certas unidades de montagem e teste, bem como 950 funcionários, a maior parte dos quais na França e Itália. As demais atividades da ST-Ericsson serão encerradas, o que custará 1,6 mil empregos em todo o mundo, 500 a 700 dos quais na Europa, com 400 a 600 na Suécia e entre 50 e 80 na Alemanha. Nenhuma fábrica será fechada, segundo a STMicro.

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