Escaneamento de genes identifica câncer de mama

Pesquisadoras descobriram que o método criado por eles dobrou o índice de detecção do câncer, em contraposição às análises de um patologista

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cientistas da Universidade Johns Hopkins descobriram que um método desenvolvido por eles para escanear fluidos corporais para certos tipos de célula e alguns de seus códigos genéticos é duas vezes mais apurado para encontrar células de câncer de mama do que observações feitas um patologista com um microscópio. O escaneamento, desenvolvido por Sara Sukumar e Mary Jo Fackler, primeiro separa as células do fluido, e depois esquadrinha o DNA das células procurando por características químicas em alguns genes associados ao câncer. Em artigo na edição de 1º de junho da Clinical Cancer Research, as cientistas disseram que testaram sua ferramenta de escaneamento em fluido das mamas, em busca de células liberadas por tumores em crescimento. "Esse método de escaneamento pode ver o que os olhos não vêem", disse Sukumar. "Ele pode ser uma ferramenta valiosa, combinado com reavaliação patológica, para o câncer de mama, assim como para outras doenças em quem fluidos podem ser obtidos de maneira relativamente fácil, como pulmão, cânceres de cabeça e pescoço, cânceres de pâncreas e cervical". Os patologistas procuram por formatos reveladores nas células, para determinar se existe câncer, mas mudanças moleculares nas células, especialmente em cânceres que estão começando, estão além do alcance, até mesmo, dos mais poderosos microscópios. As células cancerígenas possuem níveis anormais de metilação, o que desliga uma chave genética e interrompe a linha de produção de proteínas essenciais, encontradas nas células normais. O teste da Hopkins determina a porcentagem de metilação presente em cada um dos 5 a 10 genes do câncer. As porcentagens são somadas para um pontuação cumulativa, que é comparada a um valor limiar. Os níveis acima do limiar indicam a presença potencial de células cancerígenas e, os abaixo dele, sugerem que as amostras estão normais. No estudo, as pesquisadoras compararam os índices de detecção do câncer de seu teste em contraposição às análises microscópicas feitas por um patologista em amostras de fluidos de mama. Os citopatologistas identificaram corretamente sete das 21 (33%) das amostras de fluido contendo câncer, e descartaram a doença em quase todos os casos negativos de câncer (92 das 93 amostras, 99%). O teste da Hopkins dobrou o índice de detecção do câncer para 71%, identificando 15 das 21 amostras positivas para o câncer. Das 76 amostras negativas, o teste concordou em 63 (83%).

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