Os alunos da Escola Estadual Amadeu Amaral, no Belém, zona leste de São Paulo, depredaram ontem o colégio aos gritos. André Pimentel, delegado titular do 81.º Distrito Policial, afirma que a escola apresenta um histórico de brigas e depredações. Pedras e carteiras foram arremessadas nos vidros, portas arrombadas, tapas e socos fizeram os professores, acuados, se trancarem dentro de uma sala. A "rebelião" só terminou por volta das 12 horas com a entrada da Polícia Militar, acionada por vizinhos e funcionários da unidade. Em meio à correria, adolescentes de 5ª a 8ª séries choravam e gritavam e a diretora da escola desmaiou, segundo testemunhas. U., uma aluna de 15 anos que teria sido pivô da confusão, ficou levemente ferida. Funcionários da escola apontam a existência de um grupo chamado Primeiro Comando do Amadeu Amaral (PCAA) como responsável pelo tumulto de ontem e de outros ocorridos este ano. Um inquérito foi instaurado, mas, segundo o delegado, não há gangues agindo na escola. A pancadaria de ontem começou quando os alunos rivais descobriram que U., da 8ª série, havia dormido trancada em uma sala de aula desativada no 3.º andar. A menina diz que ficou trancada desde as 15h30 de de terça-feira, com medo de apanhar de J., outra aluna, de 18 anos. "Elas começaram a falar que eu era do Brás, não era dali. J. começou a gritar comigo e aí começaram a falar 'porrada' e ela veio para cima de mim. Com medo, me tranquei e me escondi na sala. Só no dia seguinte, eles (alunos) arrombaram a porta", contou U., ao mostrar os cortes no braço. A mãe da menina afirma que ela estuda há cerca de um mês na escola. "Só sei que ontem a minha filha brigou na escola, apanhou e a direção não avisou."