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Escola de SP oferece em site proposta semelhante

Por Paulo Saldaña
Atualização:

No último sábado à tarde, às 16h20, o site da Escola Estadual João Borges, no Tatuapé, zona leste de São Paulo, indicava que oito alunos estavam online. Apesar de tímido, perto do número total de alunos da escola, o número é simbólico em um sábado à tarde de tempo quente.O portal da João Borges foi criado por uma iniciativa da direção da escola. A Secretaria Estadual de Educação não tem nenhuma diretriz nesse sentido. O vice-diretor, Valter Pedro Batista, explica que a escola usou verba que chega à unidade via Associação de Pais e Mestres (APM) para viabilizar o portal. "Quem alimenta é o professor, que também aprende a ser tutor", diz Batista, que é professor de Filosofia. "O objetivo é criar um espaço para que os alunos possam desenvolver conteúdo."A ideia de desenvolver o portal veio da percepção do comportamento dos jovens. A maioria passa mais tempo na frente do computador, conectado na internet, do que fazendo outras atividades. Era importante, portanto, encontrá-los ali.Em um curso da Rede São Paulo de Formação Docente, do governo do Estado, Batista apresentou como trabalho de conclusão de curso a implementação da ferramenta. "Precisamos ainda tirar o medo que alguns professores têm da internet."O site abriga o Espaço Virtual de Aprendizagem, apelidado de EVA, que traz tarefas escolares, cursos livres, uma biblioteca virtual e também o calendário de aulas e avaliações. "É importante que a família possa no mínimo se organizar para quando o aluno precisa faltar", diz Batista. Os alunos têm aprovado a ferramenta, apesar de exigirem mais. "Tem muitas coisa interessantes, eu sempre acesso. Mas ainda precisa se tornar um site melhor, um ambiente mais legal", diz o aluno Paulo Henrique Bertelli Berger, de 18 anos.O projeto está sendo melhorado e há planos de aumentar sua abrangência - como tornar o conteúdo acessível por celular. "Os alunos de hoje não largam o celular. Em vez de tirar o telefone do aluno, ele pode fazer as tarefas pelo aparelho", diz a diretora, Claudete de Paula.A direção sonha ainda em criar um estúdio na escola para gravar as aulas e colocar na internet. "O aluno poder assistir em casa seu próprio professor tem um sentido diferente", diz Batista.O trabalho da direção da escola não tem passado despercebido. No último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a João Borges ficou em primeiro lugar na cidade de São Paulo no ciclo 2 do ensino fundamental (de 6º ao 9º ano).

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