
17 de fevereiro de 2012 | 03h02
Uma aluna de 16 anos do 2.º ano do ensino médio de Uberaba, no Triângulo Mineiro, foi proibida pelo diretor da escola de assistir às aulas por ter pintado o cabelo de azul. O polêmico caso ocorreu no Colégio Cenecista Dr José Ferreira.
Indignado, o pai da adolescente, o advogado Guilherme Diamantino, já matriculou a filha em outra instituição e estuda acionar a Justiça pelo constrangimento imposto à estudante.
Ele contou que o diretor do colégio, Danival Roberto Alves, chamou a menina na última segunda-feira e disse que ela precisava "se adequar à disciplina da escola ou teria de se retirar".
"Fui à escola no mesmo dia e conversei com o diretor. Deixamos acertado duas coisas: uma que eu falaria com minha filha e ela decidiria se queria ficar ou não. Se ela não quisesse, eu teria um tempo para procurar outra escola", relatou o advogado. Na terça-feira, a garota assistiu à aula normalmente. Na quarta-feira, porém, ela foi barrada pelo porteiro.
O pai diz que desde então o diretor não mais o atendeu. "Ele combinou uma coisa e fez diferente." Procurada, a direção da escola informou que não iria se pronunciar.
Repercussão. A história ganhou as redes sociais, onde Diamantino fez um desabafo e vários estudantes declararam apoio à adolescente.
A aluna deu uma única entrevista, a um blog, onde descreveu como foi barrada. "Foi extremamente humilhante, e na frente de todos."
Para Mário Lúcio Quintão Soares, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil, (OAB), a decisão da escola fere o direito básico à dignidade e à identidade da pessoa humana.
"Em hipótese alguma o educador pode coibir o comportamento dela de pintar o cabelo de azul", disse. "Foi uma decisão conservadora, atrasada, anacrônica. Essa escola prestou um desserviço à educação", acrescentou Quintão. / ALINE RESKALLA. ESPECIAL PARA O ESTADO
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