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Espiral revela estrelas duplas no centro da Via-Láctea

As espirais são causadas pela colisão dos ventos estelares das duas parceiras do sistema binário

Por Agencia Estado
Atualização:

A descoberta de um padrão espiral de poeira ao redor de dois misteriosos "casulos" estelares no Aglomerado Quíntuplo, próximo ao centro da Via-Láctea, mostra que cada casulo contém não uma, mas duas estrelas. Com isso, as cinco grandes estrelas que vinham intrigando os astrônomos revelam-se como sendo, na verdade dez - e de tamanho menor que o esperado. A descoberta vem exatamente da forma espiral dos casulos de pó, um sinal da presença de duas estrelas girando em torno uma da outra. Essas estrelas, dizem os cientistas, estão a caminho de explodir, transformando-se em supernovas. A descoberta encerra o debate entre astrônomos sobre as estrelas encasuladas no centro da Via-Láctea, diz John Monnier, da Universidade Michigan, e sugere que outros casulos de poeira encontrados no espaço também abrigam sistemas duplos. O trabalho dando conta dessas conclusões será publicada na edição desta sexta-feira da revista Science. Os cientistas vêm debatendo a natureza das estrelas do Aglomerado Quíntuplo, que deve o nome a suas cinco - agora dez - estrelas mais brilhantes, há tempos. Os componentes do aglomerado eram difíceis de ver porque estão relativamente distantes uns dos outros, e encobertos em poeira. Os astrônomos usaram o maior telescópio óptico do mundo, o Keck, no Havaí, para finalmente resolver a questão. Embora a resolução obtida não tenha permitido penetrar a poeira por completo, ela permitiu ver que a poeira forma espirais. Espirais como a vista nas estrelas do Quíntuplo são causadas pela colisão dos ventos estelares das duas parceiras do sistema binário, disse Monnier. A colisão gera um fluxo de poeira, e esse fluxo mostra que os cientistas estão olhando, na verdade, para duas ou mais estrelas.

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