24 de maio de 2012 | 03h08
O Estado lançou ontem na internet a coleção completa de 137 anos do jornal, com 2,4 milhões de páginas.
Ao investir na digitalização do seu acervo integral, o objetivo do Estado é colocar à disposição da sociedade um patrimônio cultural que poucos jornais no mundo podem oferecer.
No verdadeiro mar de informações formado por cerca de 50 bilhões de caracteres - suficientes para encher 2 mil DVDs -, o leitor poderá fazer pesquisas por data ou por palavras.
Um exemplo são as páginas do escritor Euclides da Cunha, enviado pelo diretor do jornal, Julio Mesquita, para cobrir a revolta de Canudos. A série de reportagens deu origem, em 1902, ao livro Os Sertões.
Um dicionário de grafia antiga embutido permite que o internauta localize matérias com a palavra farmácia, por exemplo, incluindo os textos do tempo em que se grafava 'pharmacia'.
No campo da economia e da tecnologia, a evolução do telefone pode ser pesquisada desde o dia em que o representante do inventor Graham Bell publicou um anúncio, em 1878, oferecendo "tympanos elétricos" e "telephonos". Como não podia deixar o telefone de contato, divulgava o endereço onde estava, na Rua São Bento, na casa do pintor Jules Martin, que fez o primeiro projeto do Viaduto do Chá.
Censura. A digitalização dá destaque à censura sofrida pelo Estado em vários períodos, especialmente após a edição do Ato Institucional n.º 5 (AI-5), em dezembro de 1968, quando o presidente Costa e Silva decretou o fechamento do Congresso.
No portal digital será possível pesquisar as páginas censuradas e comparar como foram planejadas e como saíram publicadas.
Para comemorar o lançamento, o Estado produziu um caderno especial, que circula na edição de hoje, com textos e fotos sobre a importância do acervo do jornal, que noticiou duas guerras mundiais, a mudança do Império para a República no Brasil e nove reformas monetárias.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.