FUGINDO DOS ATAQUES
Mais de um mês desde que Washington começou a atacar posições do Estado Islâmico no Iraque, e quatro dias depois de incluir a Síria em sua campanha, há sinais de que os militantes estão se fazendo mais escassos nas áreas que controlam para se tornarem um alvo mais difícil.
O general Martin Dempsey, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, declarou que os ataques desta semana em solo sírio desmantelaram o comando, o controle e a logística do Estado Islâmico.
Mas as incursões aéreas ainda precisam deter o avanço dos radicais na Síria, onde os combatentes sitiaram uma cidade curda na divisa turca e afugentaram 140 mil refugiados pela fronteira desde a última semana, o êxodo mais acelerado no conflito civil de três anos e meio.
A principal batalha no norte da Síria tem sido visível do outro lado da fronteira, na Turquia. "Estamos com medo. Nós estamos levando o carro e indo embora hoje", disse Huseyin, de 60 anos, dono de uma vinha, enquanto o disparo de armas leves soavam nas colinas sírias.
Os militares dos EUA afirmaram que seus aviões explodiram quatro tanques do Estado Islâmico no leste sírio e atingiram uma série de alvos no Iraque.
O governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, não fez oposição à campanha liderada pelos norte-americanos contra alguns de seus piores inimigos. Washington diz querer derrotar o Estado Islâmico sem ajudar Assad a permanecer no poder, e espera que outros grupos anti-Assad preencham o eventual vácuo de sua saída.
No Iraque, militantes do Estado Islâmico estão mudando de tática, trocando comboios muito visíveis por motocicletas e fincando suas bandeiras negras em residências de civis para confundir os aviões.
“Eles levaram toda a mobília, veículos e armas. Depois plantaram bombas de beira de estrada e destruíram seu quartel-general”, disse o xeique Anwar al-Assy al-Obeidi, líder de uma grande tribo de Kirkuk, no Iraque, à Reuters. “Eles estavam executando pessoas como quem bebe água… agora os ataques aéreos estão muito ativos e diminuíram sua capacidade (dos militantes)”.
(Reportagem adicional de Yara Bayoumy e Ned Parker em Bagdá, Alexander Dziadosz e Sylvia Westall em Beirute, Phil Stewart, Missy Ryan, Emily Stephenson e Susan Heavey em Washington, Andrew Osborn e William James em Londres e Philip Blenkinsop, Clement Rossignol e Adrian Croft em Bruxelas)