JORNAL DA TARDECinco anos depois da criação dos cursos de Gerontologia e Obstetrícia da USP da zona leste, os primeiros formandos não encontram emprego nem mesmo nas redes públicas de saúde estadual e municipal, que não abrem vagas para profissionais com os respectivos diplomas. Entre 2008 e 2009, as duas graduações já lançaram no mercado cerca de 200 pessoas - a maioria seguiu carreira acadêmica, iniciando o mestrado, ou seguiu para uma área distinta da formação superior que recebeu.As coordenadorias das duas graduações apostam no "olhar inovador" da universidade, mas reconhecem a dificuldade de aceitação dos novos profissionais pelo mercado e a inexistência de medidas para tornar os cursos mais conhecidos.Para Lúcia Cristina Florentino Pereira, coordenadora de Obstetrícia, uma das formas de amenizar a resistência seria a criação de vagas específicas de obstetrizes em concursos públicos da União e do Estado. A coordenadora da graduação em Gerontologia, Mônica Sanches Yassuda, reconhece que a porcentagem de alunos empregados na área é pequena, mas diz que "essas dificuldades já eram esperadas para uma nova carreira".Formada na primeira turma de Obstetrícia, em 2008, Natascha Gaeta Szewczuk, de 25 anos, não esconde a frustração. Sem conseguir emprego na área desde que se formou, Natascha trabalha como gerente comercial há um ano. "Ninguém abre vaga só para obstetrizes."