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'Estamos os dois com carteira assinada', afirma consultor de vendas

Murilo Carvalho, de 24 anos, e o irmão João,de 20 anos, foram contratados em janeiro

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - Na casa do consultor de vendas Murilo Carvalho, de 24 anos, a volta do emprego formal aconteceu em dose dupla, este ano, em Sorocaba, interior de São Paulo. Depois de quase dois meses desempregado, ele teve um novo contrato de trabalho assinado no dia 23 de janeiro para atuar no setor comercial de uma empresa de telefonia. Há dez dias, seu irmão caçula, João Carvalho, de 20 anos, conseguiu o primeiro emprego numa indústria química. “Estamos os dois com carteira assinada, o que considero uma bênção num momento como este.”

O jovem Murilo Carvalho, 24 anos, que foi recém contratado depois de quase dois meses desempregado. Foto: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO

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Ele tem segundo grau completo, fez curso técnico em química e trabalha desde os 17 anos, mas conta que a empresa em que trabalhava havia dois anos e meio enfrentou problemas com a crise econômica. Em novembro, ele foi avisado de que seria demitido. A dispensa ocorreu no mês seguinte.

“Eu estava pagando o carro e a faculdade de engenharia, não podia ficar parado. Acabei trancando o curso e saí atrás de um novo emprego”, conta Carvalho. Com o setor industrial em crise, ele decidiu tentar novo rumo. “Eu já tinha plano de trabalhar com vendas, aí apareceu a oportunidade, mas com salário menor. Mesmo sendo em outra cidade, decidi pegar.”

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Solteiro, ele afirma que precisou deixar a casa dos pais, em Itapetininga, e se mudar para a casa dos tios em Sorocaba. O rapaz também abriu mão de um salário maior para se manter em emprego formal. Na empresa anterior, Carvalho recebia cerca de R$ 3 mil brutos por mês. O salário, agora, é quase 50% menor.

Antes de assinar contrato com o novo empregador, ele fez as contas e verificou que o salário seria suficiente para pagar a prestação do carro e até para retomar os estudos de engenharia – ele parou no segundo ano. “Meu plano era mesmo trabalhar na área de vendas. Agora estou ganhando menos, mas fazendo o que gosto.”

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