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Estudantes em greve fecham portarias da USP por 5 horas

Alunos protestaram contra o reitor, João Grandino Rodas, e pediram o restabelecimento de água e luz na reitoria, ocupada desde o dia 1º; motorista avançou sobre manifestantes

Por EQUIPE AE
Atualização:

Atualizada às 12h13

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SÃO PAULO - Estudantes da Universidade de São Paulo (USP), em greve há 16 dias, bloquearam por cinco horas dois portões de acesso do câmpus do Butantã, na zona oeste, na mahã desta sexta-feira, 18. O ato, das 6h às 11h, visou pressionar o reitor João Grandino Rodas a atender a pautas como eleições diretas para reitor e o fim do convênio da USP com a PM. Sem conseguir passar, um motorista avançou sobre os manifestantes e se refugiou junto à Polícia Militar. O condutor foi liberado e, de acordo com a assessoria da universidade e com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), ninguém se feriu. A Portaria 1 foi a primeira a ser fechada, às 6h. Por volta de 8h30, o acesso ao portão 3 foi bloqueado. Todo o efetivo operacional da 1ª Companhia do 16º Batalhão de Polícia Militar do Estado, inclusive o comando, foi para a universidade. Na região do Butantã, o trânsito apresentava 5 quilômetros de lentidão, segundo informações da Rádio USP. Apenas o portão 2 permaneceu aberto.

Desde o começo da ocupação da sede da reitoria e da greve estudantil, não houve acordo entre a administração da USP e os estudantes. Terça-feira,15, a Justiça negou o recurso de reintegração de posse solicitado por Rodas, na segunda negativa por parte da Justiça, que, após audiência de conciliação do dia 8 de outubro, concluiu que o movimento estudantil tem caráter político. Após o início da ocupação, a luz e a água do prédio da reitoria foram cortadas e continuam desligadas.

Segundo as lideranças dos estudantes, o trancamento dos portões da universidade, hoje, tem como principal objetivo forçar o início das negociações, o restabelecimento da energia elétrica e do fornecimento de água na reitoria ocupada. Os estudantes alegam que com o indeferimento da reintegração de posse pela justiça tais cortes de suprimentos ao prédio da reitoria são ilegais. " Oque está acontecendo aqui é uma afronta aos direitos humanos. Nosso protesto é legítimo", afirma o diretor do DCE Thiago Mahrenholz.

Os estudantes argumentam que a repressão sofrida por eles durante a manifestação, no mesmo dia da última decisão judicial, teria sido uma represália do governador Geraldo Alckmin e do reitor. Eles garantem que no ato, mais de 50 manifestantes foram detidos e vários outros foram feridos com balas de borracha e cassetetes.Greve. Mais de 30 cursos já se declararam em greve na USP, segundo integrantes do movimento. As entidades representativas dos professores e funcionários apoiam as bandeiras dos estudantes e também mobilizam suas categorias. Em assembleia realizada na quinta-feira, 17, os estudantes decidiram pela manutenção da greve e fortalecimento da mesma nos cursos, por meio do Comando de Greve. Nos campi do interior, também há manifestações e paralisações.

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