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Estudo aponta falha na notificação de infecção hospitalar

Por AE
Atualização:

Apesar da melhora na notificação das infecções hospitalares nos últimos anos, 18% das unidades do Estado não comunicaram casos da doença em 2008. A conclusão está em um estudo feito pela Divisão de Infecção Hospitalar do Estado de São Paulo, que analisa dados de serviços públicos e privados.O número de hospitais que informam as infecções cresce desde 2004 e chegou a 669 - de um total de 816 - em 2008. Isso não significa que os casos estejam aumentando - eles apenas não eram comunicados. Só será possível falar em crescimento ou queda da infecção hospitalar depois que um mesmo número de unidades for avaliado ao longo dos anos. Segundo o estudo, o aumento da notificação é resultado de capacitações para coleta de dados feitas pelo Centro de Vigilância Epidemiológica.A pesquisa indica que as taxas de infecção cirúrgica notificadas ficaram abaixo do esperado, provavelmente pela dificuldade dos hospitais em seguir pacientes operados e verificar se desenvolveram o problema após a alta. Hospitais psiquiátricos e de longa permanência foram os que menos notificaram. As maiores taxas de infecção ocorreram nas cirurgias cardiológicas e neurológicas, provavelmente porque os pacientes retornam às unidades com frequência após essas operações.Segundo Renato Grinbaum, da Associação Paulista de Estudos e Controle das Infecções Hospitalares, mesmo nos Estados Unidos há dificuldades para acompanhar pacientes após cirurgias. "Aqui, além de tudo, muitas vezes as pessoas não têm telefone, deixam endereços errados e não respondem às cartas." Para Grinbaun, a melhor maneira de a população checar se uma unidade controla as infecções é verificar um selo de acreditação, dado por instituições independentes que analisam e validam os processos internos.Um estudo encomendado pelo Ministério Público Estadual ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) mostrou que, entre 158 hospitais paulistas, 75% descumpriam itens essenciais para evitar infecções. Faltavam lavatórios e esterilização de materiais. A Secretaria de Saúde de São Paulo não quis comentar o estudo, divulgado em dezembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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