Estudo mostra que ácido graxo faz cérebro evoluir três anos

Pesquisa mostrou que crianças que ingeriram suplemento com esse ácido tiveram desenvolvimento cerebral de três anos em apenas três meses

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Cientistas britânicos descobriram que quatro crianças que tomaram um suplemento de ácido graxo durante um experimento tiveram um desenvolvimento cerebral de três anos em apenas três meses. Três meninos e uma menina, todos acima do peso ideal e com idades entre oito e 13 anos, participaram do experimento do Imperial College, de Londres, em que os cientistas procuraram avaliar os efeitos da junk food em cérebros jovens. Foi pedido às crianças para que fossem mais ativas e reduzissem o consumo de comidas pouco saudáveis e bebidas com gás. Ao mesmo tempo, elas receberam dois comprimidos diários do suplemento VegEPA, que contém ácido graxo ômega-3. Testes realizados depois de três meses revelaram que as crianças tiveram um aumento na habilidade de leitura, sua caligrafia ficou mais clara e mais precisa e elas mostraram mais concentração nas aulas. Embora as crianças tenham sido incentivadas a mudar sua dieta, não houve sinais de que elas tenham seguido a orientação à risca, sugerindo que a melhoria no seu desempenho escolar foi resultado do uso do suplemento alimentar de ômega-3. Meninos Segundo Basant Puri, pesquisador do Imperial College, exames de mapeamento do cérebro mostraram um aumento no cérebro das crianças de uma substância química conhecida como N-acetilaspartato (NAA), ligada ao desenvolvimento do órgão. "Em três meses, você espera ver um pequeno crescimento (da concentração) do NAA", disse Puri, que liderou o estudo. "Mas nós vimos um crescimento que seria visto normalmente em três anos." Foram os meninos que participaram do experimento que demonstraram mais as mudanças positivas. Os ácidos graxos ômega-3 são encontrados em peixes gordurosos, como o salmão, ou em sementes como a de abóbora e nozes. Conclusão duvidosa O professor Robert Grimble, que leciona nutrição na Universidade de Southampton (sul da Inglaterra), advertiu que as conclusões da pesquisa precisam ser vistas com cautela. Segundo Grimble, estudos com uma maior amostragem precisam ser feitos sobre o assunto. "Minha opinião é que não podemos chegar a nenhuma conclusão clara até que um teste apropriado seja feito." "Esses pedacinhos fracos de informação apenas confundem as pessoas", disse. No ano passado, a agência reguladora de alimentos da Grã-Bretanha publicou uma análise dos efeitos dos suplementos extraídos de peixes gordurosos sobre crianças e disse que, à luz dos estudos disponíveis, não era possível chegar a qualquer conclusão. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.