Estudos apontam que circuncisão reduz contaminação por HIV

Problema é como pôr esse fato a serviço do combate à aids na África

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cientistas afirmam ter dados conclusivos mostrando que a circuncisão reduz a chance de um homem adquirir HIV em até 60% - descoberta que especialistas saúdam como um grande avanço na luta contra a aids. Agora, o problema é como pôr esse fato a serviço do combate à aids na África. A descoberta foi anunciada inicialmente em dezembro, quando resultados iniciais de dois grandes testes - no Quênia e em Uganda - mostraram uma ligação promissora entre a circuncisão e a transmissão do HIV. Agora, os dados completos dos testes estão sendo publicados na edição desta sexta-feira, 23, da revista médica The Lancet. "Trata-se de um desdobramento extraordinário", disse o médico Kevin de Cock, diretor do departamento de aids da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Circuncisão é a intervenção Amis poderosa já descrita na prevenção do HIV". Acredita-se que a circuncisão tenha esse efeito porque as células do prepúcio são especialmente vulneráveis ao vírus. Um estudo de projeção realizado no ano passado estima que, na próxima década, a circuncisão masculina poderá evitar 2 milhões de contágios e 300.000 mortes. Os especialistas advertem, no entanto, que a evidência não justifica circuncisões em massa. Os sistemas de saúde pública da África já estão sobrecarregados, e a circuncisão requer muito mais planejamento que, por exemplo, uma campanha de vacinação.

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