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EUA propõem força para desarmar bombas de fragmentação

Arma foi usada no Líbano; americanos resistem à proibição de fabricar artefato

Por Imogen Foulkes
Atualização:

Os Estados Unidos anunciaram que estão dispostos a criar uma força de reação rápida para desarmar bombas de fragmentação abandonadas depois de conflitos ao redor do mundo. Representantes americanos sugeriram a medida em uma conferência das Nações Unidas em Genebra para discutir armas convencionais e como proteger civis após as hostilidades. ONGs criticam a proposta americana e dizem que a verdadeira forma de impedir a morte ou mutilação de civis provocada por munições desse tipo é proibir a fabricação dessas armas. Segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que apóia a campanha para acabar com a produção de bombas de fragmentação, 400 milhões de pessoas em países como Iraque, Afeganistão, Líbano e Chechênia vivem em áreas afetadas por bombas de fragmentação, que formam verdadeiros campos minados. Resistência americana O armamento foi utilizado no Líbano, em 2006, em sua guerra com Israel. A Organização das Nações Unidas diz que cerca de 4 milhões de bombas fragmentadas foram lançadas em território libanês durante o conflito, que durou 34 dias. Promotores militares israelenses dizem que o uso das bombas não violou leis internacionais. Quando lançadas por aviões, essas bombas se dividem em centenas de pequenas bombas que se espalham por vastas áreas. Algumas são projetadas para não expodir no impacto com o solo e podem permanecer latentes, ameaçando civis muito tempo depois do fim de conflitos. Os Estados Unidos resistem a pedidos para proibir bombas de fragmentação, mas dizem que a nova força pode agir rapidamente em zonas de conflito após o fim das hostilidade, para que civis corram risco menor de morte ou ferimento quando retornam para suas casas. O país alega que bombas de fragmentação são armas úteis, desde que sejam usadas adequadamente e desarmadas de maneira apropriada. Processo de Oslo Além dos Estados Unidos, Rússia, China e Israel produzem e estocam munições desse tipo. A Noruega lançou um plano em 2007 com o objetivo de reproduzir o processo que levou à Convenção de Ottawa sobre minas terrestres. Cerca de 80% dos países do mundo prometeram não produzir, usar ou armazenar minas terrestres desde a Convenção de Ottawa, de 1997. Quase cem países já apoiaram o chamado Processo de Oslo para bombas de fragmentação. ONGs esperam que um tratado com força de lei sobre o assunto possa ser firmado até o final de 2008. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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