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EUA também vão escolher novos governadores e congressistas

BBC preparou série de perguntas para ajudar a entender o que está em jogo.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

Além de escolher um novo presidente, os americanos irão participar de outras votações nesta terça-feira. Haverá eleições para renovar um terço do Senado e a totalidade da Câmara dos Representantes. A previsão é de que os democratas conquistem novas cadeiras, o que deve facilitar o trabalho do candidato do partido, Barack Obama, se ele for eleito. Além disso, em alguns Estados irão ocorrer eleições para governador e referendos para decidir mudanças nas legislações estaduais em temas diversos, como o casamento de homossexuais e o aborto. A BBC preparou uma série de perguntas para ajudar você a entender melhor o que está em jogo em 4 de novembro além da Presidência dos Estados Unidos. Como está dividido o Congresso americano no momento? Na metade do atual mandato do presidente George W. Bush, em 2006, foram realizadas eleições para renovar a Câmara dos Representantes e um terço do Senado. Na ocasião, os republicanos, do partido de Bush, perderam a maioria nas duas casas. Na Câmara dos Representantes, os Democratas conquistaram 233 cadeiras e os republicanos, 202. Após algumas mudanças, hoje há na casa 235 democratas, 199 republicanos e uma cadeira vaga. No Senado, a vantagem democrata foi mais apertada: 51 (contando dois senadores independentes com tendência democrata) a 49. Apesar da maioria no Congresso, os democratas ainda enfrentam dificuldade na aprovação de projetos especialmente no Senado, pois a estreita margem de vantagem permite que os republicanos utilizem um mecanismo de obstrução dos trabalhos legislativos para impedir votações que não os interessam. O que deve acontecer nestas eleições para o Congresso? A previsão da maioria dos analistas é que os democratas ampliem a vantagem tanto na Câmara dos Representantes quanto no Senado. O que ainda parece ser incerto é qual será a margem de vitória dos democratas. "O que chama especialmente a atenção nas disputas no Congresso neste ano é que os democratas parecem ter solidificado seus ganhos das eleições de 2006 e estão indo além de seus tradicionais territórios urbanos, tomando o que eram redutos republicanos e provocando uma disputa nos subúrbios", disse Carl Hulse, do jornal The New York Times, num artigo publicado em 3 de novembro. Por que os democratas são favoritos? Analistas acreditam que isso se deve a vários fatores. Os republicanos no Congresso são associados ao presidente George W. Bush, que sofre com sua baixa popularidade. A crise financeira global e a longa guerra no Iraque também teriam colaborado para minar o apoio aos republicanos. Em 2006 também se iniciou nos Estados Unidos um movimento de transferência do poder no Congresso dos republicanos para os democratas. Nas eleições em 2002 e 2004, os republicanos conquistaram mais cadeiras no Congresso (e no caso de 2004, também a Presidência, com a reeleição de Bush). "O ciclo da política não deve ser negado, e em 2006 e agora em 2008, existe uma inversão de papéis. A cada semana que passa, nós mandamos os democratas mais às alturas e aumentamos a depressão dos republicanos", disse o diretor do Centro de Política da Universidade da Virginia, Larry Sabato, no seu site Crystal Ball. No caso das eleições para a Câmara dos Representantes, qual é a previsão de avanço dos democratas? Em 23 de outubro, Sabato estimou que os democratas conquistem de 22 a 27 cadeiras a mais do que já possuem. Mas há analistas que já falam de um ganho de 30 cadeiras ou mais. "Muitas das mais acirradas disputadas para a Câmara estão acontecendo em distritos controlados por republicanos fora das principais cidades de Estados como Flórida, Michigan, Minnesota e Ohio, e os democratas esperam que as vitórias dêem a eles o controle dos subúrbios", disse Carl Hulse, do New York Times. E nas eleições para o Senado? "Nós acreditamos que os democratas estão a caminho de ficar com entre 57 e 60 cadeiras no senado", disse Sabato. "Se eles realmente estiverem com sorte, e houver uma verdadeira onda de apoio ao partido, é concebível que eles possam ter até 62." Caso obtenham 60 cadeiras, os democratas poderão evitar que os republicanos recorram ao mecanismo de obstrução chamado filibuster, segundo o qual um partido prorroga a discussão de um projeto para evitar que ele seja votado. A última vez que um partido obteve uma maioria à prova de filibuster no Senado americano foi há três décadas. Mas nem todos acreditam que os democratas vão chegar ao "número mágico". "É muito, muito difícil", disse o senador democrata Charles Schumer, presidente do Comitê de Campanha do Partido para o Senado. "É possível, mas improvável, porque o terreno é muito difícil." O fato é que muitas pesquisas apontam uma surpreendente disputa para o Senado em Estados que tradicionalmente são redutos republicanos. É o caso do Mississippi e da Geórgia. Os democratas também são favoritos nas eleições para governador? Segundo Sabato, dos 11 Estados em jogo, apenas três (Montana, New Hampshire e Virgínia Ocidental) tem inclinação para uma vitória democrata tranqüila. Outros três (Dakota do Norte, Utah e Vermont) devem ficar com os republicanos. No Delaware e no Missouri, a tendência é que os democratas mantenham o controle do governo. Em Indiana, os Republicanos parecem ter favoritismo para continuarem no poder, e em outros dois Estados, Carolina do Norte e Washington, a situação está totalmente indefinida, de acordo com o cientista político. Quais são os principais temas que serão submetidos aos eleitores nos referendos? No total, haverá 153 propostas em votação em 36 Estados este ano. Um dos principais temas é o casamento de homossexuais. Os eleitores californianos, por exemplo, vão decidir se a Constituição estadual deve ter uma emenda dizendo "Só o casamento entre um homem e uma mulher é válido ou reconhecido na Califórnia." Em outros Estados, haverá referendo sobre o aborto e sobre a imigração. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.