REAÇÃO EUROPEIA
Seus parceiros europeus têm tentado apoiar Cameron discretamente na questão da Escócia, ressaltando o quanto valorizam a presença britânica na UE.
“Uma saída escocesa da união (com Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) certamente aqueceria o debate sobre um referendo precoce (sobre a saída da UE)", disse Phillip Missfelder, porta-voz das Relações Exteriores dos conservadores da chanceler alemã, Angela Merkel, no parlamento alemão.
Na altamente centralizada França, é o precedente do separatismo que causa verdadeira angústia nos políticos.
“A ideia de que isso possa ocorrer na Europa em regiões como a Escócia demonstra que as fronteiras estão se esfacelando, e isso é preocupante”, afirmou a socialista Patricia Adam, que preside o comitê de Defesa da legislatura.
O chefe da Comissão Europeia, Jose Manuel Durão Barroso, enfureceu os nacionalistas em fevereiro ao declarar que uma Escócia secessionista teria que pedir para ser aceita novamente na UE e que descobriria ser “extremamente difícil, senão impossível” conquistar uma aprovação unânime.
O professor de direito internacional Nicolas Levrat, do Instituto de Estudos Globais da Universidade de Genebra, disse que a Escócia poderia dar início a uma série de novos Estados que forçariam a UE a mudar a maneira como é governada.
O premiê espanhol, Mariano Rajoy, tem mantido silêncio sobre o tema, mas o chefe do governo catalão, Artur Mas, declarou que um ‘sim’ escocês seria
positivo para o movimento independentista.
A Irlanda está preocupada com o impacto da separação escocesa na Irlanda do Norte, parte da Grã-Bretanha e dividida entre protestantes, cuja maioria apoia a união britânica, e católicos, que tendem a favorecer uma união com a vizinha Irlanda.
O apoio à independência é muito mais limitado em outras partes da Europa como Flanders, na Bélgica, ou a porção do norte da Itália que os separatistas chamam de Padania.
(Reportagem adicional de Andreas Rinke em Berlim, Elisabeth O'Leary em Madri, Phil Blenkinsop em Bruxelas, Tim Hepher em Bordeaux, Andrea Shalal-Esa em Washington, James Mackenzie em Roma, Angus Macswan em Edinburgo e Ayla Jean Yackley em Ancara)