Europa deve equilibrar austeridade com crescimento-Rehn da UE

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Por BEN DEIGHTON
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A Europa precisa equilibrar a redução de sua dívida com medidas para estimular o crescimento, disse neste sábado o comissário da União Europeia para assuntos monetários e econômico, Olli Rehn, enquanto a austeridade ameaça arrastar o bloco para sua segunda recessão em três anos. Durante a crise financeira, a mensagem de Bruxelas vem sendo a de que os países em dificuldades da zona do euro devem reduzir seus déficits orçamentários e levar adiante as reformas estruturais para aumentar a competitividade. No entanto, com o desemprego em níveis recorde e alguns países periféricos já afundados na recessão, a Europa deve voltar sua atenção para formas de estimular o crescimento econômico a fim de diminuir o golpe das medidas de austeridade, disse Rehn. "A consolidação fiscal, embora necessária, (precisa ser feita) de maneira diferenciada e favorável ao crescimento a fim de encontrar um equilíbrio entre a consolidação fiscal necessária e a preocupação com o crescimento", disse ele em um discurso na Free University de Bruxelas. Falando na véspera das eleições na França e na Grécia, que podem pôr em questão a postura linha-dura da Europa com relação à disciplina orçamentária, ele disse: "estados membros vulneráveis, sob escrutínio cerrado do mercado, precisam convencer tanto as forças do mercado quanto os que decidem as políticas da capacidade deles em combater os desafios fiscais e em criar confiança". Os economistas sugeriram que políticas duras de redução de déficit poderiam ter sido facilitadas para ajudar a Espanha e a Itália a evitar uma espiral de recessão, embora os mercados de ações tenham reagido mal, punindo a Espanha depois que ela aumentou sua meta de déficit de 2012. A Europa agora está formulando uma estratégia para estimular crescimento e pretende lançá-la em uma cúpula dos líderes da UE no final de junho. Uma estratégia é aumentar o capital do Banco de Investimento Europeu, o credor de longo prazo da UE, para permitir maiores investimentos em projetos de infraestrutura e regiões relacionadas em todos os 27 países membros da União Europeia. "Com o banco de Investimento Europeu, a UE tem uma poderosa instituição para apoiar o crescimento e o emprego", disse Rehn. No entanto, embora a Comissão pareça ansiosa para promover políticas de crescimento, a Alemanha está relutante em deixar os países retrocederem em metas de austeridade. O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse em uma conferência na Espanha esta semana que o foco da Europa sobre a austeridade deveria continuar, mesmo se as conversas nas próximas semanas a nível de União Europeia examinem maneiras de estimular o crescimento.

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