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Europa prepara plano 'ambicioso' para deter crise mundial

Por TAMORA VIDAILLET E JAMES MACKENZIE
Atualização:

Líderes europeus esperam chegar a um acordo em relação a um plano detalhado em Paris, neste domingo, para evitar o pânico no mercado e o que o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que poderia ser o colapso financeiro mundial. Na Inglaterra, os bancos estavam conversando com o governo e órgãos reguladores sobre a crise e o governo tomou ações multibilionárias em várias entidades de crédito. Do outro lado do mundo, Austrália e Nova Zelândia afirmaram que iriam garantir os depósitos bancários, e os Estados do Golfo Árabe tomaram medidas de emergência para impulsionar a confiança no sistema financeiro. O FMI disse que elaborou um plano em parceria com os países líderes do Grupo dos Sete para estabilizar os mercados financeiros. Uma ação audaciosa era necessária para convencer os bancos a diminuir os empréstimos e encerrar a crise do crédito que jogou as ações mundiais em uma baixa de cinco anos, disse a entidade. "A intensificação da preocupação com a solvência das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos e Europa jogou o sistema econômico global à beira de uma falência sistêmica", declarou na noite de sábado Dominique Strauss-Kahn, chefe do FMI. Em Washington, o presidente George W. Bush se encontrou com autoridades econômicas do G7 e oficiais do FMI e do Banco Mundial na sexta-feira e sábado, mas eles não conseguiram chegar a um acordo concreto a respeito das medidas necessárias para acabar com a crise. Bush disse que estava confiante de que os países podem superar os desafios, e que Washington estava trabalhando tão rápido quanto possível para implementar o pacote de 700 bilhões de dólares. O índice norte-americano Standard & Poor's 500 caiu mais de 18 por cento na semana passada, sua pior queda em uma semana, enquanto as ações européias caíram 22 por cento e a bolsa Nikkei em Tóquio teve queda de 24 por cento. As ações coordenadas dos bancos centrais não conseguiram aliviar a tensão dos investidores e o mercado de crédito permanece com sérios problemas. MÚSCULO NOS OSSOS O cenário mudou de Washington para Paris neste domingo. A ministra da Economia da França, Christine Lagarde, disse antes de partir de Washington que o tom para os líderes da zona do euro poderia ir além de conversas sobre os remédios para "colocar carne e músculos nos ossos daquele esqueleto, desenvolvê-lo, fazer o acompanhamento e executá-lo". O presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel disseram que haviam preparado uma série de decisões para apresentar no encontro, na tentativa de restaurar o fluxo normal do mercado. Uma fonte próxima à presidência da França disse que os líderes dos países da zona do euro iriam discutir a possibilidade de criar um pacote de resgate bancário que tomaria a iniciativa da Inglaterra como referência. Presidente da Comissão da Comunidade Européia, José Manuel Barroso disse que estava esperançoso de que a reunião poderia levar a avanços. "Nós temos de mostrar aos cidadãos europeus e ao mercado a capacidade da Europa e sua determinação de agir", declarou ele.

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