PUBLICIDADE

Evento na Baixada Santista reúne vítimas da impunidade

Por REJANE LIMA
Atualização:

A arrecadação de 1,4 milhão de assinaturas em um manifesto popular exigindo a realização de plebiscito para decidir sobre alterações no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o lançamento de um candidato próprio ao Congresso Nacional foram os principais temas discutidos no 1º Encontro Unificado de Vítimas da Impunidade. O encontro foi realizado neste sábado, no auditório do SEST/SENAT em São Vicente, na Baixada Santista.Organizado por Wilson Caetano de Araújo, pai da adolescente Emily Guedert de Araújo, assassinada aos 13 anos em maio de 2007 em frente a sua casa, o evento reuniu parentes de vítimas de diferentes estados. Entre depoimentos emocionados e exibição de vídeos, eles mostraram um pouco da luta contra a violência.Desta vez, a ideia é reunir assinaturas com nome, RG, título de eleitor e unidade federativa. "A Constituinte diz que é necessária a adesão de 1% do eleitorado representado por cinco estados, esse é o maior entrave", disse o pai de Emily, em resposta aos discursos desacreditados na política proferidos por Masataka Ota e Carlos Santiago Ribeiro, que também perderam seus filhos e levaram abaixo-assinados à Brasília em 1999 e 2006, respectivamente.Outro diferencial da nova campanha, segundo Wilson Caetano de Araújo, é que os pedidos serão mais diretos. "O nosso objetivo é a emancipação do menor que cometa crime hediondo através de uma junta interdisciplinar (ECA). No código penal queremos o fim do limite máximo de reclusão, que hoje é 30 anos." No entanto, Araújo também mostrou-se receptivo à sugestão do grupo de lançar um candidato. Há 50 anos no Brasil, o japonês Masataka Ota, de 52 anos, acredita que receberá a naturalização brasileira até 15 de setembro.Conhecido nacionalmente pelo Movimento da Paz e Justiça Ives Ota, criado após o assassinato do seu filho de oito anos, Ota sugeriu a criação do "Partido dos Pais Órfãos", mas também não descartou a possibilidade de se lançar candidato por outra legenda. "Eu toparia sim. Eu nunca me interessei pela política, mas agora seria uma oportunidade de conhecer o Congresso", afirmou.Já o pai de Liana Friedenback, jovem assassinada em 2003 em outro crime de repercussão nacional, o advogado Ari Friedenback não acredita na formação de um novo partido, mas admitiu que planeja ser candidato a deputado federal, embora não tenha declarado sua intenção à plateia. "Depois de quase seis anos da morte da minha filha eu estou percebendo isso, que o único caminho é o caminho político", afirmando que está se filiando ao PPS.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.