PUBLICIDADE

Ex-chefe de inteligência servo-bósnio é condenado à prisão perpétua

Por IVANA SEKULARAC
Atualização:

O tribunal para crimes de guerra da ex-Iugoslávia condenou nesta quarta-feira o ex-general servo-bósnio Zdravko Tolimir à prisão perpétua por seu papel no massacre de Srebrenica em 1995, a pior atrocidade cometida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Juízes da ONU disseram que Tolimir, de 64 anos, um ex-chefe de inteligência e assessor próximo do comandante servo-bósnio Ratko Mladic, planejou e supervisionou o assassinato de 8.000 homens e meninos muçulmanos dias após a tomada de Srebrenica. O massacre foi parte de uma campanha de limpeza étnica conduzida por nacionalistas sérvios determinados a transformar a Bósnia em um Estado sérvio ao remover todos os muçulmanos e croatas da província multiétnica. A guerra, de 1992 a 1995, matou 100 mil pessoas. "Os crimes foram massivos em escala, severos em intensidade e devastadores em efeito", disse o juiz que presidiu a sessão Christoph Flugge ao ler o veredicto no tribunal baseado em Haia, na Holanda. Um painel de juízes considerou Tolimir responsável por, entre outras coisas, a morte de até 1.500 homens e meninos muçulmanos de Srebrenica em um armazém no vilarejo de Kravica, perto de Srebrenica. Servo-bósnios com metralhadoras e granadas dispararam contra eles, que não puderam escapar. Tolimir foi considerado culpado de genocídio, conspiração para cometer genocídio, violação das leis e costumes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, perseguição e extermínio de não muçulmanos. (Reportagem de Ivana Sekularac, com reportagem adicional de Daria Sito-Sucic, em Sarajevo)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.