Ex-porta-voz diz que Bush deu dados falsos em caso de vazamento

Ex-assessor de presidente dos EUA publica livro com detalhes do caso.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O ex-secretário de imprensa e porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, afirmou que o presidente americano George W. Bush teve envolvimento no caso em que informações falsas divulgadas ao público a respeito do vazamento da identidade de uma agente da CIA. Em um trecho de seu novo livro, McClellan afirmou que Bush ajudou a enganar o público no episódio, que também envolveu dois importantes assessores da Casa Branca. A agente da CIA Valerie Plame afirmou que sua identidade foi revelada pelo fato de seu marido, um diplomata, ser contra a guerra no Iraque. O livro de McClellan, What Happened ("O Que Aconteceu", em tradução livre) deve ser publicado apenas em abril de 2008, mas um trecho já foi divulgado nos Estados Unidos. O trecho se refere a uma entrevista coletiva que McClellan participou em 2003 e, naquela ocasião, disse aos jornalistas que os dois assessores Karl Rove e Lewis "Scooter" Libby "não estavam envolvidos" no vazamento da identidade de Plame. "Havia só um problema. Não era verdade", afirma McClellan no trecho divulgado. "Divulguei, sem saber, informações falsas. E cinco das mais importantes autoridades do governo estavam envolvidas: Rove, Libby, o vice-presidente (Dick Cheney), o chefe de gabinete do presidente e o próprio presidente." A atual secretária de imprensa da Casa Branca, Dana Perino, disse que o significado do trecho não está claro e acrescentou que o presidente americano não pediria a ninguém que divulgasse informações falsas. "O presidente não pediu e não pediria para seu porta-voz passar para frente informações falsas", disse. McClellan foi o secretário de imprensa entre 2003 e 2006. Ele não fez nenhum outro comentário a respeito do trecho divulgado. Libby, ex-chefe de gabinete do vice-presidente americano Dick Cheney, foi o único a ser condenado depois do incidente do vazamento da identidade da agente da CIA. Ele foi sentenciado a 30 meses de prisão por obstruir o inquérito que investigava o vazamento. Mas o presidente Bush interveio em julho para evitar que Libby fosse para a prisão. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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