Exército investiga cabo baleado durante troca de turno em SP

Leonildo iria render colega e, ao verificar armamento, foi atingido no queixo; ele está internado em coma

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Por Simone Menocchi
Atualização:

O Comando de Aviação do Exército (Cavex), em Taubaté, abriu inquérito militar para apurar um disparo que atingiu o cabo Leonildo Alves Ferreira, de 24 anos, durante uma troca de serviço na manhã de quarta-feira, 12. Ele iria render um colega e ao verificar o armamento, foi ferido no queixo. O projétil atravessou a nuca provocando danos na coluna vertebral. O outro militar está preso na corporação e sua identidade está preservada até a conclusão da investigação. O pai da vítima, Luiz Augusto Alves Ferreira, questionou o procedimento e quer rigor na apuração dos fatos. Leonildo Ferreira está internado no Hospital Regional de Taubaté (HR), em coma induzido. Segundo um dos médicos da equipe, ele está em coma induzido e as próximas 72 serão decisivas para a sua recuperação e para avaliar se haverá seqüelas. "O estado dele é muito grave e esse período é o mais crítico", diz o médico Izac Souza. Conforme o oficial interino do setor de comunicação social do Cavex, coronel Souza Dias, esse tipo de procedimento é diário. O oficial explica que na troca de serviço, o armamento deve ser transferido sem o carregador e a conferência feita com o alvo apontado para o chão ou para cima. O pai do cabo ferido questionou justamente essa questão. "Como leigo eu sei que o procedimento deve ser assim. Entretanto, questionamos se houve imprudência, pois se o disparo foi acidental como se explica a trajetória do projétil", diz. Nesta quinta-feira, 13, foi feita uma reconstituição do caso pela própria sindicância militar, mas sem acesso à imprensa e o oficial de comunicação social do Cavex informou que todas as providências serão tomadas para apurar as responsabilidades e punições. Até o final da tarde, o cabo continuava em estado grave e ainda era assistido por dois médicos militares que acompanham o tratamento.

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