Experiência internacional com correio orbital fracassa

Plano era usar um cabo para baixar a carga do foguete até a atmosfera e soltá-la rumo ao 'destinatário'

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Por Associated Press
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Em um experimento que combinou elementos de entrega de Sedex com pára-quedismo e uma linha de pesca realmente grande, engenheiros russos e europeus tentaram, nesta terça-feira, 25, dar o primeiro passo numa tecnologia que poderá ser usada, no futuro, para retirar cargas do espaço. O experimento envolveu um cabo super-resistente de 30 metros e falhou quando a linha não se desenrolou por completo, mas o Controle de Missão russo diz que ainda espera resgatar o teste, recalculando a órbita da cápsula de aterrissagem. "Até uma linha de pesca pode enroscar de vez em quando", disse o porta-voz Valery Lyndin. O Segundo Satélite Jovens Engenheiros (YES2, na sigla em inglês), cuja preparação envolveu cerca de 500 estudantes da Europa, Japão, América do Norte e Austrália, foi lançado em órbita em 14 de setembro, a bordo do foguete russo Foton-M3, juntamente com outros experimentos da Agência Espacial Européia (ESA).  A meta do YES2 era pôr o Fotino - uma cápsula esférica de 5,5 kg - em órbita da Terra com o uso de um cabo feito da "fibra mais resistente do mundo", de acordo com a ESA. No experimento, o Fotino, preso a uma armação metálica, seria disparado do Foton-M3 por molas à medida que o cabo desenrolava-se lentamente, até uma órbita 30 km abaixo do foguete. Cerca de duas horas mais tarde, quando a gravidade fizesse o Fotino assumir uma posição vertical na ponta do cabo esticado, a cápsula seria liberada e deslizaria pela atmosfera por 20 minutos até que um pára-quedas se abrisse para pousá-la no Casaquistão. A cápsula é protegida para resistir ao calor da reentrada. O cabo e a armação metálica deveriam se desintegrar. O experimento falhou quando apenas 9 km do cabo se desenrolaram antes que o Fotino fosse liberado. Segundo Lyndin, a causa do problema ainda não é clara. "Pode ser que o cabo tenha emperrado".

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