Exposição em Madri mostra luta contra a Aids em vários países

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Kassi Keita vive no Mali, tem 3 anos de idade, e recebe tratamento antirretroviral contra a Aids, assim como sua mãe, Mariam Dembelé, de 31 anos. O estado de saúde das duas já melhorou substancialmente. Elas fazem parte das 34 pessoas que narram seu calvário na luta contra a doença, através das obras de oito fotógrafos da agência Magnum que estão sendo expostas em Madri. A exposição "Retorno à Vida", criada pelo Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária e pela legendária agência Magnum, mostra o dia-a-dia e a evolução de doentes em países que até alguns anos atrás não tinham acesso aos tratamentos para a doença. A idéia é que a exposição vá além das estatísticas. "Queremos ir além das cifras, que são frias e formais. Aqui se coloca carne e osso sobre esses números", disse o responsável pelas comunicações do Fundo Global, Andrew Hurst, durante evento nesta sexta-feira em que foi apresentada a mostra em Madri. Cada um dos fotógrafos cujas fotos estão expostas fez duas viagens, com intervalos de quatro meses, para nove países, para refletir as mudanças nos doentes antes e depois de iniciarem o tratamento antirretroviral. "Os verdadeiros heróis desse projeto são os próprios fotografados, as pessoas que nos deixaram entrar em suas casas", disse Mark Lubell, diretor da Magnum Photos em Nova York. Jonas Bendikson no Haiti, Jim Goldberg na Índia, Alex Majoli na Rússia, Steve McCurry no Vietnã, Paolo Pellegrin no Mali, Gilles Peress em Ruanda, Eli Reed no Peru e Larry Towell na Suazilândia e África do Sul foram encarregados de acrescentar imagens às histórias de algumas dos 4 milhões de pessoas que hoje estão vivas graças ao tratamento antirretroviral, segundo dados do Fundo Global. Os fotógrafos da prestigiosa agência, fundada por Robert Capa e Henri Cartier-Bresson, entre outros, no final da 2a Guerra Mundial, também entraram nas famílias, nas casas e nos trabalhos dos doentes para fazer as fotos desta mostra. Mas nem todas as histórias são de sucesso. O fotógrafo americano McCurry foi testemunha do caso do vietnamita Nguyen Van Luoc, de 42 anos, lavrador e ferreiro que morreu depois de ser contaminado ao compartilhar uma seringa infectada com seu irmão. No caso dele, o tratamento chegou tarde demais. "O Fundo Global foi criado há sete anos, porque os medicamentos antirretrovirais eram universalmente acessíveis, menos nos lugares onde são mais necessários: os países mais atingidos pela pandemia", disse Hurst. O Fundo Global é a única associação mundial público-privada que se dedica a captar e desembolsar recursos adicionais para a prevenção e o tratamento da Aids, da tuberculose e da malária. A organização tem mais de 600 programas em andamento em 140 países e é responsável por um quarto das verbas mundiais para o combate à Aids.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.