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Exxon diz querer negociar com Venezuela

Petrolífera dos EUA quer discutir projeto de exploração de petróleo que tinha no país.

Por Claudia Jardim
Atualização:

A petrolífera americana Exxon-Mobil anunciou nesta terça-feira estar interessada em discutir com o governo da Venezuela o valor do projeto de exploração de petróleo cru que a companhia mantinha na Faixa do Orinoco, antes de ser nacionalizada no ano passado. A Exxon-Mobil não aceitou as regras dos novos contratos de exploração de petróleo estabelecidos após a nacionalização e exige em tribunais internacionais o pagamento de uma compensação após sua saída do consórcio venezuelano na região da Venezuela que pode abrigar a maior reserva petrolífera do mundo. "Nós continuamos interessados em ter negociações substanciais com o governo da Venezuela e com a estatal PDVSA sobre o valor justo de mercado dos ativos que foram expropriados", disse Mark Albers, vice-presidente da Exxon-Mobil durante a conferência de energia CERA. As novas regras determinam que a PDVSA deve obter a parte majoritária das ações de qualquer consórcio na Faixa do Orinoco. A nova disputa entre PDVSA e Exxon-Mobil teve início na semana passada, quando a empresa americana anunciou ter obtido um parecer favorável de tribunais de Grã-Bretanha, Holanda e Antilhas para o congelamento de US$ 12 bilhões em ativos da PDVSA nesses países. O anúncio provocou a reação imediata do governo venezuelano, que nega que seus ativos energéticos tenham sido congelados. Campanha O processo judicial entre a Exxon-Mobil e a estatal PDVSA foi apontado pelo governo como mais um embate político com o governo americano. A PDVSA produziu uma série de propagandas de televisão que falam da participação da petrolífera tanto em casos de contaminação ambiental, como acusam a Exxon-Mobil de ter apoiado a guerra no Iraque. Uma das peças publicitárias que tem sido transmitida durante todo o dia nos canais de televisão estatais mostra imagens de pássaros mortos e do conflito no Iraque acompanhado da frase "Exxon-Mobil: uma empresa que converte petróleo em sangue". No domingo, Chávez ameaçou cortar o abastecimento de petróleo aos EUA, seu principal mercado de exportação, se a companhia continuasse com o que considera ser uma "guerra econômica" contra seu governo. O vice-ministro de Hidrocarbonetos, Bernard Mommer, disse que a proposta de Chávez é factível, mas poderia custar caro. "Factível sempre é, agora tem um custo (...) sempre poderá criar desajustes econômicos, mas é possível. Neste caso, custaria dinheiro para nós e para o outro lado também (EUA)", disse Mommer ao canal de televisão estatal. A Venezuela é o quarto maior fornecedor de petróleo cru ao mercado dos EUA. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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