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Fabricante chinês de iPhone atingida por suicídios volta a subir salários

Aumento é o segundo em uma semana; 10 de seus empregados se mataram.

Por Michael Bristow
Atualização:

A fábrica de eletrônicos chinesa atingida por uma série de suicídios decidiu aumentar novamente o salário de seus funcionários, o segundo aumento em menos de uma semana. A companhia Foxconn, de Taiwan, dona da fábrica de Shenzhen, no sul da China continental, vai aumentar os salários dos empregados chineses em cerca de 70% a partir de 1º de outubro, se os funcionários cumprirem algumas condições. Uma declaração da companhia, fabricante do iPhone e do iPad da Apple, afirmou que o segundo aumento de salários vai diminuir a pressão para que os funcionários façam horas extras. "As horas extras de trabalho sempre foram voluntárias, mas este aumento de salário vai reduzir sua quantidade como necessidade pessoal", informou a declaração. A companhia afirma que os salários mensais na linha de produção da Foxconn em Shenzhen vão aumentar de 1.200 yuans (cerca de R$ 315) para 2.000 yuans (aproximadamente R$ 524). Apenas em 2010 pelo menos dez suicídios ocorreram na fábrica. Teste de desempenho No entanto, para conseguir o aumento de salário os funcionários primeiramente terão que passar um teste de desempenho que dura três meses. Novos funcionários também passarão pelo período de teste antes de receber o aumento de salário. O aumento para os funcionários da Foxconn em outras fábricas chinesas - a companhia emprega mais de 800 mil pessoas na China continental - será anunciado a partir do dia 1º de julho. "Este aumento de salário foi instituído para garantir a dignidade dos trabalhadores", afirmou o fundador e presidente da Foxconn, Terry Gou. O último anúncio de aumento de salário vem se juntar aos 30% de aumento concedidos na última quarta-feira para todas as fábricas da Foxconn na China. A Foxconn, nome comercial para a Companhia de Indústria de Precisão Hon Hai, não informou a razão de dois grandes aumentos de salário em menos de uma semana. No entanto, dez pessoas cometeram suicídio na fábrica de Shenzhen, no sul da China, que emprega cerca de 400 mil pessoas. Outras três pessoas teriam tentado suicídio. O aumento de salário seria apenas uma das formas de garantir que os funcionários continuem mais "estáveis e confortáveis". A Foxconn também empregou psiquiatras e instalou redes de segurança em seus prédios. O preço das ações da companhia caiu muito no mercado de ações de Taiwan depois do anúncio do segundo aumento. O comércio das ações das companhias foi suspenso na bolsa de Hong Kong nesta segunda-feira. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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