Falha mecânica pode ter causado acidente em Curitiba

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Por Evandro Fadel
Atualização:

O delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba, Armando Braga Moraes Neto, descartou hoje que o acidente com um ônibus ocorrido ontem, no centro de Curitiba, que deixou dois mortos e mais de 30 feridos, tenha sido provocado por um mal súbito do motorista José Aparecido Alves, de 49 anos. Essa hipótese foi levantada pela Polícia Militar e pela Companhia de Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo. "Isso está totalmente descartado", afirmou o delegado.Autuado em flagrante por dois homicídios culposos, Alves foi detido ontem logo após prestar depoimento. "Ele foi identificado como causador logo em seguida e, dada a gravidade da situação, achamos por bem fazer a detenção e arbitramos a fiança", justificou o delegado. Alves foi liberado nesta madrugada, após o advogado contratado pelo Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba ter feito o pagamento da fiança.De acordo com o delegado, que tinha ouvido seis pessoas, "tudo aponta para que tenha havido uma falha mecânica". O motorista teria assumido o carro no ponto em frente à Catedral de Curitiba. "Ele disse que, ao colocar o veículo em marcha, em vez de uma aceleração de maneira progressiva e normal, o acelerador ficou como que travado em velocidade máxima e, mesmo acionando os freios, não foi capaz de parar, dada a potência do veículo", afirmou o delegado.O ônibus bateu na lateral de um táxi, furou um sinal vermelho e acertou um automóvel antes de subir na calçada, atingir um ponto de ônibus e ser parado na parede de uma loja de departamentos. Foi pedida perícia, particularmente nos conjuntos que comandam a aceleração, o freio e a direção. O delegado também vai requisitar o laudo de vistoria do veículo que teria sido feita no dia 22 de março. A Auto Viação Redentor, responsável pela linha, disse que só vai se pronunciar quando os laudos da perícia estiverem prontos.Dois pedestres acabaram morrendo: o técnico do Teatro Guaira Edison Pereira da Silva, de 56 anos, e o aposentado Carlos Alberto Fernandes Brantes, de 63 anos, que atualmente fazia estudos no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Entre os acidentados, quatro ainda continuam internados.

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