12 de maio de 2012 | 03h02
Tanto o Hospital do Rim quanto o Hospital São Paulo são administrados por fundações ligadas à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A situação é delicada também na Fundação Pró-Sangue, unidade da Secretaria Estadual de Saúde que abastece 128 hospitais da capital e da região metropolitana. Alguns tipos sanguíneos, como O negativo e B negativo, atingiram o estado de emergência, ou seja, a quantidade em estoque é suficiente apenas para as próximas 24 horas.
Para manter os estoques em situação ideal, a Pró- Sangue deveria receber cerca de 450 bolsas de sangue por dia, segundo a hematologista da instituição Selma Soriano. Na semana passada, contudo, a média foi de 250 bolsas diárias. "As doações caíram quase 50%. Quando chega a esse nível, temos 48 horas para aumentar o número de doadores e estabilizarmos a situação."
Cancelado. Uma das pacientes prejudicadas é a funcionária pública aposentada Marta Maria Dias, de 51 anos, que deveria ter passado por um transplante na quarta-feira no Hospital do Rim. Ela e seu marido, que será o doador, estavam internados quando foram informados de que o procedimento seria adiado.
Marta, que passa por três sessões semanais de hemodiálise há três anos, não tem um rim. O órgão foi retirado 16 anos atrás, por causa de um cálculo. Quando o outro rim começou a falhar, teve a indicação do transplante.
O nefrologista José Medina Pestana, diretor do Programa de Transplantes da Unifesp e diretor superintendente do Hospital do Rim, diz que as cirurgias foram adiadas para que o estoque reservado para as cirurgias de emergência não fosse comprometido. Segundo ele, geralmente os transplantes renais não requerem transfusão. Mas é necessário reservar de 2 a 5 litros de sangue para cada cirurgia.
Maria Angélica conta que a redução das doações costuma se acentuar nos feriados e no inverto, porém ela considera a situação atípica para maio. Ela acredita que, na semana que vem, com a intensificação de campanhas, a situação deve se estabilizar.
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