Farmanguinhos fabricará remédio contra a aids

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Por Ligia Formenti
Atualização:

O Brasil recebeu sinal verde para iniciar a produção de um novo medicamento para tratamento de aids, o DDI entérico. A droga, desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fiocruz e a farmoquímica Blanver, teve o registro de patente depositado no fim do ano e, agora, com a liberação, deverá ser fabricada no País até o fim do ano. O diretor de Farmanguinhos, Eduardo Costa, explicou que droga semelhante, produzido por outro fabricante, já integra o coquetel antiaids. Para comprá-la, o Brasil gasta US$ 10 milhões anuais. "A diferença do medicamento produzido pela Farmanguinhos e o existente é a forma de produção", informou Costa. O diretor explica que o fabricante do remédio hoje usado no País havia se cercado de uma série de proteções para manter a garantia de exclusividade de venda. "Pesquisamos muito até encontrar uma outra forma de produção da droga." Atualmente são usados no País anualmente 7 milhões de comprimidos, ao custo unitário de US$ 1,40. Com a produção local, Costa acredita que o preço agora pode cair à metade. Antes de integrar o coquetel do programa DST/Aids do Ministério da Saúde, o medicamento terá de ser registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele espera que isso ocorra até o fim do ano. Farmanguinhos prepara-se ainda para lançar uma associação de três anti-retrovirais. O diretor afirma que os dois novos produtos são candidatos a integrar a lista de medicamentos distribuídos pelo Programa Nacional de DST-Aids, do Ministério da Saúde. Mas não é um processo imediato. "É preciso um estudo prévio. Mesmo assim, não temos dúvida de que as duas opções podem trazer ganhos significativos para o programa, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista de conforto para pacientes." A associação de drogas é vista por especialistas como ferramenta importante para facilitar o tratamento, garantir que pacientes tomem de forma adequada a medicação e evitar o risco de resistência. "Como são três pontos de atuação, o vírus demora mais a desenvolver mecanismos de proteção", disse.

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