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Favorita, Cristina Kirchner terá 13 adversários

Nova pesquisa indica que Kirchner teria 66% dos votos no primeiro turno.

Por Marcia Carmo
Atualização:

A Justiça Eleitoral argentina confirmou, no domingo, a inscrição de catorze candidaturas às eleições presidenciais de 28 de outubro, mas uma nova pesquisa de opinião voltou a mostrar que a primeira-dama e senadora Cristina Fernández de Kirchner deverá ser eleita já no primeiro turno do pleito. O mesmo levantamento revelou que a maioria dos argentinos (66%) acha que ela dividirá as principais decisões com o marido, o atual presidente Nestor Kirchner. Diante desse quadro, Cristina falou, pela primeira vez, como se já fosse presidente eleita, numa entrevista ao colunista do jornal Clarín Eduardo van der Kooy. "Não esperem nenhuma política de choques", disse. "Tenho consciência de que algumas situações devem mudar, devem ser corrigidas. Me refiro ao econômico, ao institucional e também ao social. Mas qualquer mudança será gradual. Deverá ser resultado de acordos", afirmou. Segundo ela, a sociedade argentina já passou por sofrimentos e tensões demais. "Mas claro que antes de tudo, preciso que votem em mim e preciso ganhar", reconheceu. E em seguida, ressalvou: "A derrota não está nos meus planos." Para Cristina, a Argentina está melhor e quem não aceita isso, disse, "peca de nécio" (passa por idiota). A candidata da Frente para a Vitória afirmou ainda conhecer a "responsabilidade" que significa a crescente demanda social, num país que está melhor. "Mas estou serena e confiante. Por isso insisto tanto na ''concertação'', na convergência de interesses entre empresários e sindicalistas, com a prudência de todos". Nesta segunda-feira, ela está em Berlim, na Alemanha, onde discursa para empresários e se reune com a chanceler alemã, Angela Merkel. A expectativa é de que ela passará pelo Brasil antes das eleições. Segundo a pesquisa de opinião, realizada pela consultoria Graciela Römer & Associados, Cristina venceria, no primeiro turno, com 44,6% dos votos. Em segundo lugar, ficaria a ex-deputada da oposição Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, com 13,6% dos votos. Em terceiro, o ex-ministro da Economia do governo Kirchner, Roberto Lavagna, do UNA, que receberia 11,3% da votação nacional. O ex-ministro do governo do ex-presidente Fernando de la Rúa, Ricardo López Murphy, do partido Recrear, receberia, de acordo com o mesmo levantamento, 5,2% dos votos. Pela pesquisa, os outros dez candidatos a presidente dividiriam 7,2% das urnas. Na opinião da analista Graciela Römer, apesar da inflação crescente, da insegurança pública e das denúncias de corrupção, os argentinos tendem a votar em Cristina por dois motivos: o crescimento econômico, registrado nos quatro anos da gestão de Kirchner e a "ausência" de oposição de peso nesta corrida eleitoral. Segundo Römer, a provável fórmula política - Cristina no poder, governando com a ajuda do marido - "não parece incomodar os eleitores". No dia 28 de outubro, os argentinos irão às urnas para escolher presidente e vice-presidente, além de governador das províncias de Buenos Aires (a maior do país) e de Santa Cruz (terra de Kirchner) e senadores e deputados. O sistema eleitoral argentino permite, por exemplo, que o presidenciável López Murphy seja, ao mesmo tempo, candidato à presidente e a deputado federal, pela província de Buenos Aires. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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