
23 de novembro de 2015 | 19h05
"A recessão será mais longa e similar às dos anos 1980", afirmou Sílvia Matos, pesquisadora do Ibre/FGV que coordena o Boletim. "O carregamento estatístico é muito ruim. A gente está entregando para o ano que vem uma contração de 2%", completou a economista.
Na abertura do seminário, Régis Bonelli, pesquisador do Ibre/FGV, comparou a recessão atual, iniciada no segundo trimestre de 2014, conforme o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), também da FGV, com as de outros momentos históricos. Em termos de contração do PIB, a recessão atual só se compara com as duas dos anos 1980, entre 1981 e 1983 e entre 1987 e 1992. Bonelli destacou que as projeções apontam para uma queda de 8% a 9% do PIB no período da recessão atual.
"O que dificulta ver uma melhora é que os índices de confiança do consumidor e do empresariado estão em patamar muito baixo", afirmou Sílvia, destacando as projeções de piora do mercado de trabalho e de queda nos investimentos.
O economista Armando Castelar, também pesquisador do Ibre/FGV, comentou no seminário que a crise atual é diferente, "no bom e mau sentido". "Não temos uma crise externa. Aquelas outras crises começaram com uma crise de balança de pagamentos, dificuldade de pagar a dívida", afirmou.
Para Castelar, a origem da crise é a enorme deterioração da política fiscal especificamente em 2014 e o problema é que o governo, "na verdade, não quer fazer o ajuste". O resultado são os péssimos indicadores econômicos. Castelar destacou que, conforme as projeções, de 2014 a 2016, os investimentos encolherão 25%.
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