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Filho de Benazir é novo líder do PPP; Sharif cancela boicote

Bilawal, de 19 anos, vai liderar partido da ex-premiê ao lado do pai; Liga Muçulmana participará do pleito

Por Agências internacionais
Atualização:

Bilawal Bhutto, filho da ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto, foi apontado neste domingo, 30, como o novo líder da legenda liderada pela família há décadas, o Partido do Povo do Paquistão (PPP). O marido da ex-premiê, Asif Ali Zardari, será o vice-presidente da agremiação, que deve participar das eleições Parlamentares marcadas para janeiro. A decisão foi anunciada pela executiva do partido três dias depois da morte da ex-premiê e líder do PPP. Benazir morreu em durante um atentado na cidade de Riwalpindi, próxima à capital Islamabad. A reunião da executiva do PPP gerou uma rápida resposta da Liga Muçulmana do Paquistão-N, partido de oposição presidido pelo também ex-premiê Nawaz Sharif. O grupo havia anunciado um boicote às eleições no dia do assassinato. Bilawal Bhutto, que tem apenas 19 anos e cursa a Universidade de Oxford, no Reino Unido, terá um papel cerimonial até que termine os estudos. Seu pai ficará à frente das decisões do partido. As nomeações de Bilawal e Ali Zardari foram anunciadas durante uma entrevista coletiva, horas após um encontro na casa da ex-premiê, em que os membros do PPP discutiram a sucessão de Benazir. Durante a reunião, o filho da ex-premiê leu o testamento político da mãe, em que ela deixou diretrizes sobre o futuro do seu partido. "Ficou decidido que Bilawal será o presidente e Zardari o co-líder", disse um dos membros do partido no início da entrevista coletiva. Ainda durante o encontro, os partidários de Bhutto discutiram a participação da legenda nas eleições parlamentares marcadas para o dia 8 de janeiro e decidiram que o PPP vai fazer parte do pleito. "Apesar desta perigosa situação, iremos para as eleições, segundo a vontade e pensamento dela", disse Zardari Na manhã deste domingo, um alto membro do partido do governo, Tariq Azim, disse que o pleito poderá ser adiado por "várias semanas" diante da instabilidade política que se sucedeu à morte de Benazir. Segundo Azim, o pleito perderia "credibilidade" se ocorresse na data planejada. Eleições mantidas Após a reunião do PPP, o partido de Sharif anunciou que irá abandonar planos de boicotar as eleições gerais do país. "É provável que o partido tomará parte (nas eleições)", disse Ahsan Iqbal, representante do partido de Sharif. "Se eles não se importam em contestar as eleições após o assassinato de Benazir Bhutto, então não há motivo para nós boicotarmos as eleições gerais", acrescentou. Texto atualizado às 22h30

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