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Filho de ex-governador nega ilegalidade em transplante

Por Angela Lacerda
Atualização:

O filho do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, Carlos Augusto Arraes de Alencar, se submeteu a um transplante de fígado em julho do ano passado com a equipe do médico Joaquim Ribeiro Filho, preso hoje suspeito de vagas na fila de transplantes de órgãos do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). De acordo nota do advogado de Carlos Augusto, Valnê Xavier Pereira Júnior, a operação foi realizada em cumprimento a uma decisão judicial que deu prioridade ao seu caso. De acordo com o comunicado, no dia 14 de julho do ano passado, o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Francisco Julião de Oliveira Sobrinho, deferiu liminar a agravo impetrado por Carlos Augusto, que alegou risco premente de morte ao pedir que seu caso fosse considerado de "urgência máxima" para receber um fígado "hemodinamicamente estável". O desembargador acatou o pedido e encaminhou ofício às centrais de transplante de fígado no Brasil, determinando o cumprimento da decisão. Carlos Augusto recebeu o novo fígado e recuperou a saúde. Ele tem 57 anos e mora no Rio de Janeiro. Carlos Augusto era portador de hepatite C por 12 anos. Ele fez tratamentos em centros médicos de reputação mundial e, em abril, foi constatado um tumor cancerígeno de seis centímetros no fígado, com indicação de transplante. O filho do governador se inscreveu em listas de espera das centrais de transplante existentes no Brasil e, antes de recorrer à Justiça, tentou o transplante na China, o que não possível por questões de ordem jurídica. A nota não comenta a prisão do médico Joaquim Ribeiro nem a operação Fura-Fila, da Polícia Federal (PF). "Estimamos que todos os fatos sejam esclarecidos", afirma o advogado, ao informar que Carlos Augusto "prestou à Justiça do Rio de Janeiro, na fase de inquérito, todos os esclarecimentos solicitados quanto à sua cirurgia, ressaltando, inclusive, que o órgão por ele recebido ia ser perdido em razão de não haver, naquele momento, outro paciente em condições de recebê-lo". De acordo com o advogado, a decisão judicial tinha precedentes em outros casos. O advogado destaca ainda que Carlos Augusto não foi denunciado criminalmente pelo Ministério Público Federal (MPF).

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