´Fliperama´ superveloz ajuda a explicar raios cósmicos

Campos magnéticos rebatem elétrons a velocidades cada vez maiores, na onda de choque que cerca os restos de uma estrela destruída por uma violenta explosão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Novas pistas sobre a origem dos raios cósmicos, partículas de alta energia que bombardeiam a Terra, foram reveladas com o uso do Observatório Chandra de Raios-X, da Nasa. Pela primeira vez, astrônomos foram capazes de determinar a taxa de aceleração dos raios cósmicos num remanescente de supernova. Esses remanescentes são os restos da destruição de uma estrela, numa violenta explosão. O mapa de acelerações mostra os elétrons se deslocando perto da maior velocidade possível no Universo Essa descoberta sugere que os remanescentes de supernova são importantes pontos de energização de partículas eletricamente carregadas. O mapa das acelerações foi criado a partir de uma imagem de Cassiopéia A, um remanescente de 325 anos. Arcos azuis na imagem mostram a onda de choque, onde a aceleração ocorre. Outras cores revelam destroços da explosão, aquecidos a milhões de graus. "Cientistas teorizam desde os anos 60 que os raios cósmicos devem ser criados no emaranhado de campos magnéticos no choque, mas agora podemos ver isso diretamente", disse o pesquisador Michael Stage, segundo nota distribuída pela equipe responsável pelo observatório, um satélite em órbita da Terra, lançado em 1999. Cientistas já contavam com uma teoria de como partículas carregadas podem ser aceleradas a energias extremamente altas - até quase a velocidade da luz - ao quicar pela onda de choque, várias vezes. "Os elétrons ganham velocidade ao quicar pela frente de choque, como se estivessem numa máquina de fliperama relativística", disse outro membro da equipe, Glenn Allen. Os campos magnéticos são como os rebatedores, e o choque é como o fliperama".

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