FOCUS 2-Mercado reduz projeção para o PIB e vê inflação maior em 2012

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Por Redação
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O crescimento fraco da economia brasileira levou o mercado a reduzir com força as projeções sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tanto neste ano quanto no próximo, ao mesmo tempo aumentando a estimativa para a inflação em 2012. A pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira, mostrou que os analistas projetam agora expansão da atividade de 1,03 por cento em 2012, ante 1,27 por cento na semana anterior. Foi a quarta semana seguida de quedas nas estimativas. Para 2013 a expectativa foi reduzida a 3,50 por cento, ante 3,70 por cento anteriormente. A revisão ainda reflete a fraca performance da economia do país no terceiro trimestre deste ano, quando expandiu apenas 0,6 por cento ante o período anterior, com a pior retração dos investimentos em mais de três anos. INFLAÇÃO Por outro lado, os analistas consultados no Focus voltaram a elevar sua projeção para a inflação neste ano, depois de uma breve pausa na semana passada. Para 2012, a expectativa agora é de alta no IPCA de 5,58 por cento, ante avanço de 5,43 na pesquisa anterior. A projeção para 2013 foi mantida em 5,40 por cento. Em ambos os casos, as expectativas estão acima do centro da meta de inflação do governo, de 4,5 por cento pelo IPCA. O movimento segue a avaliação do o Comitê de Política Monetária (Copom) na ata de sua última reunião, pela elevou suas projeções para a inflação neste ano, mantendo as estimativas para 2013. Na sexta-feira, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) surpreendeu ao subir 0,60 por cento em novembro, acima do esperado e atingindo a maior variação em sete meses com aumentos de preços nos grupos não-alimentícios, fazendo com que alguns agentes já aumentassem suas contas para o indicador neste ano. A pesquisa Focus mostrou também que a perspectiva sobre a Selic estável em 7,25 por cento ao longo de 2013 foi mantida pelo mercado, depois que o Copom reforçou a indicação de que os juros permanecerão estáveis por período prolongado. O presidente do BC, Alexandre Tombini, também reiterou na semana passada que a melhor estratégia é manter "as condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado" para fazer a inflação convergir para o centro da meta. A aceleração da inflação, juntamente com a declaração de Tombini sobre os juros, pode ter jogado água fria nas apostas de novos cortes da Selic no ano que vem que começaram a despontar no mercado devido à fraqueza do crescimento da economia. Entre outros, Santander e Itaú BBA passaram a prever que a taxa básica de juros cairá a 6,25 por cento em 2013. A pesquisa Focus mostrou também que o mercado elevou pela segunda semana seguida a previsão para o dólar, com expectativa agora de que a moeda norte-americana encerrará este ano a 2,08 reais, antes 2,07 reais na semana anterior. Para 2013, a projeção foi elevada a 2,08 reais, ante 2,06 reais. (Por Camila Moreira)

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