Forças sírias mantêm ataque a Homs; enviado da ONU vai a Moscou

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Por Redação
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Forças sírias investiram neste sábado com tanques e granadas de morteiro contra a cidade de Homs, já bastante afetada por bombardeios anteriores, e tropas atacaram uma cidade rebelada no norte do país, causando no total a morte de dez civis e quatro soldados, segundo ativistas da oposição. Num momento em que o derramamento de sangue no país já dura um ano e não dá sinais de esmorecer, o enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, viajou a Moscou em um esforço para garantir o importante apoio russo para sua iniciativa de buscar um cessar-fogo e a abertura do diálogo político. Enquanto países árabes e ocidentais pedem que, primeiro, o presidente Bashar al-Assad renuncie, a Rússia, antiga aliada do governo sírio, atribui aos grupos rebeldes armados e seus partidários no exterior a responsabilidade pela suspensão do levante contra o governo e diz que a Síria está pronta para conversações. "A Rússia busca como prioridade o fim imediato da violência na Síria", afirmou o Kremlin em um comunicado neste sábado, um dia antes do encontro entre Annan e o presidente russo, Dmitry Medvedev. "... a principal tarefa é convencer a oposição síria a se sentar a uma mesa de negociações e alcançar uma resolução pacífica da crise", acrescentou o texto. No palco do conflito, a ideia de uma paz negociada parecia mais remota do que nunca, já que há relatos de confrontos em várias localidades. Quatro pessoas morreram em Homs - o epicentro da revolta anti-Assad - num novo dia de conflito, que os ativistas disseram ter sido marcado por fogo indiscriminado e bombardeios em áreas residenciais. "O bombardeio começou sempre todas as manhãs, sem motivo. Eles estão usando morteiros e tanques em muito bairros da parte velha de Homs", declarou à Reuters um ativista no distrito de Bab Sbaa, falando via Skype. Ele disse que a maioria dos moradores da área fugiu para bairros mais seguros e outros estão tentado escapar juntos da cidade. Oposição As tropas sírias vêm investindo repetidamente contra Homs, terceira maior cidade da Síria e bastião dos rebeldes. No mês passado, anunciaram ter retomado o controle de Homs, mas uma forte erupção de violência esta semana indica que as autoridades estão tendo dificuldades para dominar a cidade. No entanto, o ativista de Homs, que não quis identificar-se por medo de represálias, deu a entender que o grupo rebelde Exército Livre da Síria também é incapaz de impor sua autoridade na cidade. É impossível verificar os fatos de modo independente porque as autoridades sírias vêm impedindo o acesso de jornalistas estrangeiros e funcionários de órgãos humanitários a regiões de conflito. (Reportagem de Erika Salomon)

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