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Forças ucranianas retomam cidade portuária de rebeldes

Por ALEKSANDAR VASOVIC
Atualização:

A bandeira ucraniana tremulava sobre a prefeitura de Mariupol nesta sexta-feira após forças do governo terem reconquistado a cidade portuária das mãos de separatistas pró-Rússia em meio a pesados combates, e também retomado o controle de uma longa faixa da fronteira entre os dois países. Os avanços representam vitórias significativas para a liderança ucraniana pró-Europa em sua operação militar para sufocar a rebelião armada, iniciada em abril. Assim, o governo espera manter unida a ex-república soviética de 45 milhões de habitantes. No centro de Mariupol a polícia isolou diversas ruas onde barreiras de sacos de areia e blocos de concreto, antes em mãos dos rebeldes, estavam cheias de buracos de munição e com um veículo militar queimado com a insígnia dos rebeldes. “Às 10h34 (horário local) a bandeira ucraniana foi içada na prefeitura de Mariupol”, disse o ministro do Interior, Arsen Avakov, pelo Facebook, menos de seis horas após o ataque ter começado na cidade de 500 mil habitantes que tem o maior porto da Ucrânia no Mar de Azov. Um assessor ministerial disse que as forças do governo avançaram sobre os rebeldes após eles terem sido cercados e receberem um prazo de 10 minutos para se renderem. Pelo menos cinco separatistas e dois soldados do governo foram mortos na batalha, antes de muitos rebeldes fugirem. Um grupo de 100 cidadãos de Mariupol, que se reuniram no centro da cidade para mostrar oposição às ações do governo, trocaram insultos e gestos obscenos com os soldados ucranianos, que dirigiam pela cidade em uma coluna de caminhões blindados. “O governo trouxe de tudo para cá, inclusive um canhão… as pessoas não puderam vir e testemunhar como o governo estava atirando em seus próprios cidadãos”, disse Andrei Nikodimovich, de 52 anos. Mariupol, que mudou de mãos diversas vezes nas semanas de conflito, é estrategicamente importante porque nela passam rodovias principais vindas da fronteira sudeste com a Rússia no sentido do interior da Ucrânia, e o aço é exportado através de seu porto. Reconquistar controle da longa fronteira também é vital para o governo, que acusa Moscou de permitir que rivais tragam tanques, veículos armados e armas através da porosa fronteira. Avakov disse que forças do governo haviam retomado o controle de uma faixa de 120 quilômetros de fronteira que caíra nas mãos de rebeldes, mas ainda estava incerto quem controlava as outras partes do restante da fronteira, que tem cerca de 2.000 quilômetros. Grupos ucranianos pró-Rússia se rebelaram no leste e sudeste, em regiões onde a maioria fala russo, depois que a Rússia anexou em março a Crimeia, após a destituição do presidente Viktor Yanukovich, pró-Moscou. Yanukovich foi alvo de amplas manifestações de protesto no país por ter rejeitado acordos comerciais e políticos que teriam aprofundado os laços da Ucrânia com a União Europeia.

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