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Fóssil achado em SP pode alterar história dos crocodilos

Por AE
Atualização:

Pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Museu de Paleontologia de Monte Alto apresentaram ontem o fóssil que seria o ?elo perdido? entre crocodilos pré-históricos e os atuais. A descoberta pode alterar a história do surgimento dos crocodilos na Terra. Encontrado em maio de 2004 numa estrada de Monte Alto, interior de São Paulo, o Montealtosuchus arrudacamposi viveu na região durante o Cretáceo Superior há cerca de 80 milhões de anos, tinha no máximo 1,70 m de comprimento, pesava até 50 quilos e, ao contrário da espécie atual, tinha a terra como hábitat. ?Ele era capaz de sobreviver e caçar em um clima árido e quente. A descoberta de um crocodilo terrestre é a quebra de um paradigma, pois se pensava no animal apenas como anfíbio?, comemorou o pesquisador da UFRJ Felipe Mesquita de Vasconcellos, de 28 anos. Ele explica em artigo publicado na revista Zootaxa, no ano passado, que a prova da descoberta do ?elo perdido? seria a choana (ligação entre as vias aéreas internas e externas ) do fóssil, que fica no meio do palato. Essa localização mostra que se trata de espécie intermediária, de transição na história evolutiva dos crocodilos. Jacarés e crocodilos têm, atualmente, a choana na parte posterior do palato. Já os crocodilos primitivos tinham a choana na parte anterior do palato. ?O achado mostra que a origem dos crocodilos atuais pode ter sido no Hemisférios Sul e não na América do Norte e na Europa, como se acreditava?, diz Vasconcellos. O bom estado dos ossos encontrados permitiu a reconstrução de 80% do esqueleto do crocodilo ancestral e também a reconstituição digital do animal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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