Fracassa tentativa de proibir, na ONU, a pesca de arrasto

A pesca de arrasto de fundo em alto mar elimina hábitats que existem no leito oceânico, além de capturar e matar criaturas que não interessam ao pescador

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Por Agencia Estado
Atualização:

Países com forte indústria pesqueira, liderados por Islândia e Rússia, bloquearam negociações das Nações Unidas que pretendiam impor uma proibição ampla à pesca de arrasto em alto mar. Após semanas de conversações em Nova York, o comitê da ONU que supervisiona a pesca em alto mar não foi capaz de obter apoio unânime para pôr fim à pesca de arrasto de fundo, técnica na qual uma rede é arrastada pelo leito oceânico. Esse método é tão destrutivo quanto eficiente, já que elimina hábitats que existem no fundo do mar e captura criaturas que não interessam ao pescador, afirma relatório da Academia Nacional de Ciências dos EUA. Islândia e Rússia, juntamente com a China e a Coréia do Sul, resistiram à proibição, que contava com o apoio do presidente americano, George W. Bush, e de países como Reino Unido, Noruega, Austrália e Nova Zelândia. "Há vários países que, na verdade, não querem controle nenhum", disse a secretária de Estado assistente dos EUA, Claudia McMurray. "Infelizmente, a resolução saiu insuficiente. Estamos desapontados com o resultado". Uma proposta de resolução adotada pelo comitê - da qual a obteve cópia - recomenda que cada governo se certifique de que os barcos envolvidos na pesca de arrasto não estejam prejudicando o meio ambiente, ou "parem de autorizar navios pesqueiros, com suas bandeiras nacionais, a realizar arrasto de fundo" no alto mar. Mais de 60 grupos ambientalistas, que vinham fazendo campanha para a proibição do arrasto de fundo em alto mar, estão desestimulados, mas não pretendem desistir.

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