PUBLICIDADE

França estima em até US$ 1 bi por dia prejuízo por greve

Estimativa é do Ministério da Economia; greve atinge escolas e hospitais.

Por Daniela Fernandes
Atualização:

No sétimo dia da greve nos transportes públicos na França, que está causando prejuízos entre R$ 750 milhões e R$ 1 bilhão por dia, segundo estimativas do Ministério da Economia, o funcionalismo público do país também decidiu realizar uma paralisação que está causando perturbações nas escolas, hospitais e aeroportos. Enquanto os ferroviários, metroviários e motoristas de ônibus protestam contra a reforma de seu regime de aposentadoria, os servidores de outras categorias exigem aumentos salariais e querem evitar as 23 mil demissões previstas no próximo ano. A mobilização do funcionalismo público em geral, prevista para durar 24 horas, não registra, no entanto, uma forte taxa de adesão. Segundo o Ministério da Função Pública, 30% dos servidores estão em greve nesta terça. A greve foi marcada para o dia em que o Parlamento francês deve votar o orçamento de 2008, que já incluiria a eliminação de cargos do funcionalismo nas contas dos gastos do governo. Sindicatos e governo têm, no entanto, números diferentes em relação às diversas categorias. De acordo com o governo, 39% dos professores estão em greve nesta terça. Para as organizações sindicais, 60% dos professores, em média, participariam da mobilização. Mas mesmo os números do governo indicam, no entanto, a maior paralisação de professores no país nos últimos quatro anos, desde a votação da reforma das aposentadorias dos funcionários públicos, que passaram a ter de trabalhar 40 anos, como no setor privado. É justamente na Educação que estão previstas a maioria das demissões: 11,2 mil. Nos aeroportos parisienses de Orly e Charles de Gaulle, a greve dos operadores de vôo provocou cancelamentos de vôos e atrasos que chegam a 45 minutos. Várias passeatas que reúnem os funcionários dos transportes públicos e servidores em geral, de estatais dos setores de gás e energia ocorrem em todo o país. Nos transportes públicos, a situação para os usuários continua complicada, principalmente na região de Paris e sua periferia, apesar do aumento no número de trens em circulação. Segundo a SNCF, estatal do setor ferroviário, 27% dos trabalhadores estão em greve nesta terça, número praticamente equivalente ao de ontem, mas bem inferior ao do início da greve, há uma semana, que foi de 61%. Metade dos trens de grande velocidade TGV e regionais circulam nesta terça. Mas os trens de periferia, como os que ligam a capital aos aeroportos, continuam cancelados ou funcionando a conta-gotas. No metrô de Paris a situação também é caótica, com cerca de 20% a 25% das linhas funcionando, apesar de a direção da empresa informar que o número de grevistas atinge 18% da categoria. Em algumas linhas que operam, o tempo de espera pode chegar a 35 minutos. Apenas 40% dos ônibus estão circulando na capital. O governo francês continua inflexível e condiciona a melhoria na circulação de trens e metrôs para participar da reunião prevista amanhã entre sindicatos e as direções das estatais do setor de transportes. Segundo o site do jornal Le Monde, o presidente Nicolas Sarkozy deve fazer um pronunciamento na TV nos próximos dias para anunciar medidas que aumentariam o poder aquisitivo das categorias que realizam greves. Os jornais franceses também não chegaram às bancas nesta terça em razão de outra greve, que envolve o setor privado, a dos empregados do setor gráfico na França. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.