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Funcionários da construção na África do Sul acordam fim da greve

Por REBECCA HARRISON
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Trabalhadores sul-africanos da construção civil concordaram em pôr fim a uma greve de uma semana que interrompeu os trabalhos em estádios da Copa do Mundo de 2010, informou o principal sindicato envolvido nas discussões na quarta-feira. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Mineração (NUM, na sigla em inglês), que também engloba os funcionários da construção civil, disse que os detalhes do acordo salarial serão divulgados quando os acordos forem assinados, por volta do meio-dia da quarta-feira. "Temos um acordo... A greve será interrompida imediatamente após a assinatura e os trabalhadores devem voltar ao trabalho na quinta-feira", disse à Reuters Thamsanqa Matosa, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Mineração. Os funcionários cruzaram os braços por uma semana e paralisaram os trabalhos de construção de estádios que serão usados na Copa do Mundo do ano que vem, além da ferrovia de alta velocidade Gautrain, que servirá a região ao redor de Johanesburgo. A greve gerou preocupações sobre as preparações da África do Sul para o torneio e afetou as ações de empresas de construção, como as da Murray & Roberts, WBHO e Group Five. Ela também veio em um momento em que sindicatos ameaçam com paralisações em diversos setores importantes, como o de ouro, o que aumenta a pressão sobre o novo presidente do país, Jacob Zuma, que tomou posse em maio e combate a pior recessão em 17 anos. O NUM disse mais cedo que patrões e empregados concordaram com um aumento salarial de 12 por cento, mas ainda discutiam sobre os esforços das empresas para impedir novas greves até a realização do Mundial. A reivindicação inicial do sindicato era de reajuste de 13 por cento. Matosa se recusou a comentar o patamar do reajuste salarial que foi acertado e se os trabalhadores não poderão realizar novas paralisações até a competição no ano que vem. "Esses detalhes serão anunciados após a assinatura", disse. Os sindicatos ajudaram a levar Zuma ao poder e foram encorajados pela vitória dele, passando a exigir grandes aumentos salariais e ameaçando com greves em vários setores da economia nas últimas semanas. Mas Zuma tem pouco espaço de manobra em meio ao fraco desempenho econômico. As empresas também sofrem com a queda na demanda e têm sido pressionadas pelos acionistas a reduzirem custos. Os sindicatos anunciaram greves nos setores químico, de papel e de energia na terça-feira, e acrescentaram que uma ação parecida no setor de ouro é "altamente provável".

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