Fundador da Autonomy diz que acusações da HP não fazem sentido

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Por ANJULI DAVIES
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Mike Lynch, gênio matemático e ex-chefe da Autonomy, disse que não consegue ver como as acusações de contabilidade desonesta levantadas pela Hewlett-Packard resultaram em uma baixa contábil de 5 bilhões de dólares no negócio de software que ele vendeu no ano passado. A HP disse na terça-feira que iria ter uma baixa de 8,8 bilhões dólares sobre sua compra de 11,1 bilhões de dólares da empresa britânica, sendo 5 bilhões de dólares devido a "impropriedades contábeis graves" e "um esforço deliberado pela Autonomy de enganar acionistas" reveladas por uma denúncia e uma auditoria forense de contadores da PricewaterhouseCoopers. O caso alertou reguladores de ambos os lados do Atlântico. Mike Lynch afirmou que já contratou um advogado e ainda não falou com a HP ou qualquer um dos investigadores, mas disse que se sentou com os antigos contadores da companhia em uma tentativa de responder às acusações da HP. Ao passo que nega as acusações como "totalmente erradas", Lynch disse que há três áreas onde as regras de contabilidade deram margem para diferentes interpretações. Responsáveis pelas leis contábeis têm trabalhado há uma década em planos para regras contábeis globais para que reguladores e investidores possam comparar as contas das companhias, mas até que esta tarefa esteja completa, há padrões concorrenciais que podem produzir resultados diferentes para empresas que em geral fazem a mesma coisa. A base para o padrão contábil da Autonomy, anterior à aquisição da HP, foi o International Financial Reporting Standards (IFRS), usado em mais de 100 países. Mas muitas companhias dos EUA como HP utilizam o U.S. Generally Accepted Accounting Principles (GAAP), que pode se diferenciar do IFRS, notadamente em respeito ao reconhecimento da receita de software. Uma das acusações da HP contra a gestão anterior da Autonomy é de que a empresa reservou antecipadamente receitas de licenciamento antes de negócios serem fechados, inflando a receita. "O reconhecimento de receitas para fornecedores de software pode ser complicado, para dizer o mínimo", disseram em relatório os contadores da Grant Thornton. Isso acontece porque as companhias de software frequentemente unem produtos e serviços como licenças, instalação e manutenção em um único contrato. Lynch acredita que a HP possa ainda não ter um modelo contábil que possibilite o reconhecimento adiantado de receitas, o que pode resultar em uma reapresentação das receitas da Autonomy. "Todos estes acordos aconteceram através da própria Deloitte (auditoria)", disse Lynch. "A Deloitte aplica o teste independentemente, e é um teste padrão, e está explicitado no relatório anual e nos números". (Reportagem adicional de Nanette Byrnes)

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