DIFICULDADES
O mercado de debêntures incentivadas passou por dificuldades em 2014 por conta da alta taxa de juros, o que fez com que alguns emissores adiassem as ofertas, disse Lobão.
Segundo números do Ministério da Fazenda e da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) atualizados em 21 de outubro, as emissões somaram apenas 600 milhões de reais em 2014. No ano passado, elas chegaram a 5,1 bilhões de reais e, em 2012, a 2 bilhões de reais.
Lobão recusou-se a projetar cifras para o ano que vem, mas declarou improvável que o estoque de debêntures de infraestrutura chegue a 10 bilhões de reais, conforme previsões feitas anteriormente pelo próprio banco. "Acho 10 bilhões de reais um número muito heróico. Pode ser que aconteça, mas é preciso destravar os projetos e as taxas também", declarou.
Mesmo assim, ele se mostrou otimista sobre 2015 e 2016, destacando que há ofertas de projetos de energia eólica e transmissão de energia no pipeline de curto prazo. "A gente acredita que em 2015, passado o período eleitoral, tem tudo para os projetos de infraestrutura e as debêntures deslancharem", declarou.
As debêntures respondem atualmente por 5 a 15 por cento do financiamento dos projetos de infraestrutura do país, disse Lobão. "Esperamos que nos próximos anos, após esse período de testes, haja aumento da participação das debêntures e redução (dos financiamentos) do BNDES, com setor privado assumindo a maior parte", declarou.
Estimativas do próprio BNDES dão conta da necessidade de investimentos em infraestrutura no Brasil da ordem de 4,07 trilhões de reais de 2014 a 2017, em setores como energia elétrica, telecomunicações, rodovias, ferrovias, petróleo e gás, entre outros, segundo estudo sobre perspectivas de investimento de maio deste ano.