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Furacão Dean passa pelo sul do Golfo do México

Por TOMAS SARMIENTO
Atualização:

O furacão Dean passou pelo sul do Golfo do México nesta quarta-feira, revirando o mar ao redor de plataformas de petróleo, mas não há previsão de fortalecimento antes da volta à costa. O Dean golpeou a região turística de Tulum, no Caribe mexicano, e a famosa praia de Cancún antes de cruzar a península Yucatán e entrar no Golfo do México, onde a empresa de petróleo estatal Pemex tem centenas de poços de petróleo e outras instalações. O furacão tinha ventos de quase 130 quilômetros por hora às 5h locais (6h de Brasília). O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos disse que o Dean poderia ganhar força antes de voltar à terra, ainda nesta quarta-feira, mas que o processo "pode ser mais lento do que o previsto anteriormente". Aparentemente, continuará na categoria 1, com ventos abaixo de 153 quilômetros por hora. A tempestade deverá voltar ao continente ao norte de Veracruz, México. O governo do país ampliou o alerta de furacões para o norte, ao longo da costa do golfo, até La Cruz, disse o centro de monitoramento. Segundo a instituição, o furacão deve perder força depois de chegar ao continente e dissipar-se em 48 horas. O México retirou mais de 18.000 funcionários da Pemex e interrompeu 80 por cento de sua produção de petróleo antes da chegada do Dean, potencialmente catastrófico. Não foi divulgado se plataformas foram danificadas. "A Pemex está esperando o furacão passar", disse a porta-voz Martha Avelar na terça-feira. O preço do petróleo caiu mais de 2 por cento na terça-feira, quando o Dean perdeu força, aliviando as preocupações a respeito da produção dos EUA e do México. O México, um dos três maiores fornecedores de petróleo dos EUA, deixou de produzir 2,65 milhões de barris por dia -- pouco mais do que toda a produção da Venezuela -- e fechou portos por precaução. TURISTAS O Dean forçou milhares de pessoas, incluindo muitos turistas, a entrarem em abrigos na Península Yucatán, mas não há registros de danos sérios. Comerciantes em Veracruz, porto histórico perto do local onde os primeiros conquistadores espanhóis desembarcaram na região, no século 16, fecharam as janelas com placas de madeira. "Houve pânico na compra de comida nos supermercados", disse Gabriela Navarrete, 35 anos, que tem um bar no porto. O Dean destruiu pequenas cabines de praia e restaurantes na praia de Tulum com suas ondas fortes, e o vento derrubou palmeiras. Mas a Riviera Maia ficou quase intacta em comparação à devastação de hotéis e locais turísticos na passagem do furacão Wilma, em 2005. Na cidade de Chetumal, de 150.000 habitantes, perto de onde passou o centro do furacão, a rua principal foi inundada. O presidente mexicano, Felipe Calderón, disse que não foram registradas mortes na passagem do furacão. Na Jamaica, onde o Dean passou no fim de semana, o número de vítimas fatais subiu para 12. Furacões de categoria 5, como o Dean, são raros, mas em 2005 foram registrados quatro, incluindo o Katrina, que devastou Nova Orleans, nos EUA. (Reportagem adicional de Mica Rosenberg em Belize, Cyntia Barrera na Cidade do México e Horace Helps em Kingston)

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