Furacão Félix mata 21 na costa da Nicarágua

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Por OSWALDO RIVAS
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O furacão Félix matou pelo menos 21 pessoas e deixou mais de 200 desaparecidos na costa caribenha na Nicarágua, onde destruiu milhares de moradias precárias, disse o governo nesta quarta-feira. A Marinha ainda tenta alcançar comunidades em ilhas próximas à costa, inacessíveis desde a passagem na terça-feira da tempestade da categoria 5, o topo de escala. "Há mais de 200 desaparecidos", disse o presidente Daniel Ortega em visita à região. "Estamos falando em danos realmente sérios." No cais de Puerto Cabezas, localidade habitada principalmente pela etnia miskito, as pessoas choravam por 12 pescadores que não voltaram do mar. Ortega disse que 9.000 casas da área foram destruídas, e moradores trabalham com a polícia e com soldados para tentar retirar das ruas dezenas de árvores arrancadas pelo vento. Em 1998, mais de 10 mil pessoas morreram nessa parte da América Central por causa do furacão Mitch. Depois de entrar no território de Honduras, na terça-feira, Félix perdeu força e foi rebaixado a depressão tropical. Desta vez, a capital hondurenha, Tegucigalpa, foi poupada de maiores estragos, sofrendo apenas com uma garoa. Não há registro de mortes no país. Félix é o segundo furacão consecutivo a chegar em terra na categoria 5, algo inédito. Em agosto, Dean, também no topo da escala, matou 27 pessoas em sua passagem pelo Caribe e o México. Cafeicultores da Nicarágua e de Honduras disseram que não há sinais de danos às safras, vitais para a economia de ambos os países. No Pacífico, o furacão Henriette já atingiu Los Cabos, balneário na Baja Califórnia, atravessa o golfo da Califórnia e deve entrar novamente no território mexicano. Um turista estrangeiro que passeava na praia de Los Cabos morreu arrastado por uma onda na segunda-feira, quando a tempestade se aproximava. Apesar do crescente consenso de que o aquecimento global pode provocar mais ciclones tropicais, meteorologistas acham prematuro atribuir os violentos furacões consecutivos ao efeito estufa. (Reportagem adicional de Ivan Castro in Manágua)

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