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Fusão visa tornar Itaú-Unibanco player global em 5 anos

Por DANIELA MACHADO E ALUÍSIO ALVES
Atualização:

Impulsionada pela expansão do banco Santander no mercado brasileiro, a fusão de Itaú e Unibanco, anunciada nesta segunda-feira, visa criar um banco brasileiro que seja um forte player global. Os presidentes do Itaú, Roberto Setubal, e do Unibanco, Pedro Moreira Salles, disseram que o objetivo é atingir esse status em cinco anos. "Quando o Santander pôde ficar com o ABN Real no Brasil se formou um novo tipo de concorrente... nossa indagação era como nos preparar para enfrentar. A partir daí, nossas conversas evoluíram", disse a jornalistas Moreira Salles, ao lado de Setubal. "A questão do Santander mostrou que a gente deveria dar um salto de escala, que pelo crescimento orgânico não seria tão fácil", acrescentou, brincando com o slogam publicitário do Itaú: "O Itaú foi feito para mim". Os executivos esperam que o acordo seja um "indutor" de mais consolidação do setor no mercado brasileiro. "O mercado brasileiro mudou (com a criação da nova instituição) e isso pode disparar outros processos de fusão. Ficaremos cinco ou seis grandes bancos, muito fortes, que disputarão o mercado de forma mais aguerrida", disse Setubal. Eles procuraram eliminar uma ligação direta entre a crise financeira global, lembrando diversas vezes que as negociações vinham acontecendo há vários meses, mas admitiram que ela pode ter apressado o processo. "A crise talvez tenha criado uma oportunidade, uma vontade de acelerar isso, de fazer o projeto acontecer", disse o presidente do Itaú. "A crise ajudou a amadurecer a idéia." Setubal e Moreira Salles insistiram na posição de que o negócio foi uma fusão e não uma compra de um pelo outro. "Não se trata de uma compra, se trata de uma fusão. Nós formamos uma parceria, uma holding que será controladora desse novo banco... Nós, dos dois lados, estamos abrindo mão de coisas pra formar uma coisa maior, uma coisa importante", disse Setubal. Os dois executivos não descartaram nenhuma região para ainternacionalização do novo banco, mas ressaltaram que a América Latina é "o local natural" para um banco brasileiro que quer crescer no exterior. (Edição de Alexandre Caverni)

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