Gana vai às urnas em teste de democracia estável

'Estou votando por paz, unidade e desenvolvimento' diz eleitor; resultado sai em dois dias após fechamento das urnas

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Por Redação
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ACRA - Eleitores em Gana esperaram horas em longas filas para votar nesta sexta-feira, 7, em eleições complicadas por atrasos e problemas logísticos, mas que, muitos esperam, consiga consolidar a reputação do país como modelo de democracia africana. As três décadas de paz do país e um recente boom econômico impulsionado pelo petróleo diferenciam Gana na África Ocidental, uma região mais conhecida pelas guerras civis, golpes de Estado e corrupção. "Estou votando por paz, unidade e desenvolvimento", disse Michael Akpabli, um homem de 61 anos que estava na fila, esperando para depositar sua cédulas em uma seção eleitoral na capital Acra. "Estou votando por alguém que será capaz de traduzir nossos sonhos em realidade." O presidente do país, John Dramani Mahama, que substituiu John Atta Mills depois de sua morte em julho, enfrenta o rival Nana Akufo-Addo do Novo Partido Patriótico (NPP), que prometeu educação gratuita e acabar com a corrupção. Pesquisas de opinião apontam para uma disputa apertada, aumentando o prospecto de uma repetição do quase impasse das eleições de 2008, em que Mills derrotou Akufo-Addo em um segundo turno com uma margem de menos de 1%. Os resultados são esperados em dois dias depois do fechamento das urnas. Um segundo turno será realizado em três semanas se ninguém obtiver a maioria dos votos nesta sexta-feira. O início da votação foi atrasado em alguns locais em Acra devido à falta de cédulas e de urnas, e observadores disseram ter havido vários relatos de falhas na recém-introduzida leitura da impressão digital eletrônica, usada para verificar a identidade dos eleitores. ESPERA DE CINCO HORAS Em uma seção eleitoral nos arredores de Acra, funcionários eleitorais se esforçavam para consertar uma máquina defeituosa de impressão digital que, segundo eles, tinha parado de funcionar havia quase uma hora. "Estamos aqui há cinco horas. Nossa fila não se mexe", disse Alice Hayford, de 44 anos. O comissário eleitoral Kwadwo Afari-Gyan disse à Reuters que os funcionários tinham sido instruídos a manter os locais de votação abertos até que todas as cédulas fossem depositadas. "Se um número pequeno de pessoas não tiver terminado de votar, manteremos os locais de votação abertos noite adentro, até que tenham acabado. Mas se os números forem grandes demais teremos que fechar os locais de votação e reabri-los amanhã (sábado)", disse. O presidente Mahama, votando em Bole, no norte de Gana, disse que apesar dos atrasos a eleição estava em andamento para solidificar os avanços democráticos do país. "Parece que há alguns tropeços, mas parecem ser isolados", disse depois de depositar seu voto. "Essa eleição vai consolidar as credenciais democráticas de Gana de uma vez por todas. Depois que passarmos por ela, acredito que não haverá dúvidas e questões sobre o fato de que Gana é uma democracia líder na África".

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